Fanfic - Quebranto.
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Fanfic - Quebranto.
Sinopse da Fanfic:
HISTÓRIA ORIGINAL.
Sonhos quebrados e esperanças perdidas. Quando um Apocalipse Zumbi passa a assolar o mundo, tudo o que cinco jovens desejavam eram férias como merecido descanso pelo fim do Ensino Médio. Contudo, um acidente de trânsito mudará para sempre suas vidas.
Um comunicado urgente do Ministério da Saúde, e do Governo Federal é perdido. Sem recursos, e no meio de uma auto-estrada sem qualquer movimento, depressa uma busca desesperada por ajuda leva as personagens a depararem-se com o fim dos tempos.
Logo Victoria e seus amigos descobrem que o mundo no qual cresceram, nunca mais será o mesmo. Pois ele fora infectado pelos mortos, e estranhas mutações. Abatido para sempre, em um eterno quebranto...
Capa de Robert Brown.
HISTÓRIA ORIGINAL.
Sonhos quebrados e esperanças perdidas. Quando um Apocalipse Zumbi passa a assolar o mundo, tudo o que cinco jovens desejavam eram férias como merecido descanso pelo fim do Ensino Médio. Contudo, um acidente de trânsito mudará para sempre suas vidas.
Um comunicado urgente do Ministério da Saúde, e do Governo Federal é perdido. Sem recursos, e no meio de uma auto-estrada sem qualquer movimento, depressa uma busca desesperada por ajuda leva as personagens a depararem-se com o fim dos tempos.
Logo Victoria e seus amigos descobrem que o mundo no qual cresceram, nunca mais será o mesmo. Pois ele fora infectado pelos mortos, e estranhas mutações. Abatido para sempre, em um eterno quebranto...
Capa de Robert Brown.
Victoria G. Kraft- Poke Regras :
Número de Mensagens : 524
Idade : 26
Localização : Na conchichina, com meus pokemons...
Humor : Me pergunta que eu falo... Ou não...
Data de inscrição : 31/07/2011
Re: Fanfic - Quebranto.
Prelúdio.
A dor, mais cruel do que qualquer outro inimigo, parecia inundar minha alma. Enquanto corria sobre a grama recém-aparada da casa do Doutor Shepard, só conseguia rezar a qualquer divindade que ainda estivesse ouvindo. Meus amigos gritavam e corriam ao meu lado, mochilas sacudindo e bocas arfando. As luzes imponentes da construção bela e protegida eram como auréolas angelicais, rutilando como um chamado de esperança. Segurança. Abrigo. E acima de tudo, descanso. Eu já devia saber que tais ideias, eram artigos esgotados naquele mundo insano. Mundo no qual eu custava a acreditar, e diante do qual eu sentia minha humanidade esvair-se um pouco mais a cada dia. Meus soluços ficaram presos na garganta quando me virei e encarei Carolina. Minha amiga nunca parecera tão assustada, quanto naquele momento. Lágrimas molhavam o seu rosto, e formavam um tipo de lama com a fuligem presa em sua pele. Já não tomávamos banho há três dias, e nossos cabelos pareciam dreadlocks naturais. Os meninos não estavam distantes, e carregavam o peso das nossas mochilas com certo esforço, pela fadiga. Meu coração palpitava a cada urro que um dos errantes emitia. Mortos nunca haviam me amedrontado, eu sempre fora muito fria com relação a sangue e cadáveres. Mas estava pronta a avaliar meus conceitos, caso conseguisse sair viva daquela rua.
Os dias haviam se passado como manchas incertas, desde que o meu mundo sucumbira. Comunicados do Governo Federal anunciando medidas de segurança para conter a infecção e procedimentos para lidar com os infectados inundaram os veículos de comunicação como formigas num torrão de açúcar. Agora, eu e meus amigos estávamos ali, prontos a comprovar a inutilidade de contenção das autoridades em saúde brasileiras. A tentativa de alcançar aquele refúgio em meio ao caso, havia se provado frustrada em todos os aspectos. Meus joelhos ardiam, com sangue escorrendo sob o jeans surrado. Quedas consecutivas vinham seguindo-me, desde que o plano de passar despercebidos pelos errantes tinha sido trucidado. Pensei no grupo de pessoas que aguardavam por notícias na comunidade de pescadores onde estávamos refugiados. Nenhum deles havia aprovado a ideia de tentar chegar à mansão do Dr. Shepard, mas graças a mim, meus amigos aceitaram tentar. Qualquer lampejo de um plano parecia ser melhor do que a estagnação, e o medo crescentes.
Ninguém em meu grupo possuía arma de fogo. Tal fato, por si só, revela o nosso desespero. A verdade, é que ninguém esperaria lutar pela própria vida em um mundo morto. Eu, pelo menos, nunca havia sequer pensado nisso. O próprio Ricardo Shepard, dentista de descendência australiana, se recusara a nos acompanhar até sua casa, pouco distante da comunidade. Contudo, nos ensinara o caminho e cedera seu carro. O maior desafio foi passar pelo grupo de zumbis que cercava a casa, que chamava atenção de toda a vizinhança de mortos, devido às suas luzes acesas, e ao sistema de irrigação do jardim, que emitia um barulho insuportável. Usando o carro como um aríete, havíamos derrubado as fracas grades do portão, esmagando alguns errantes no caminho. Descendo do veículo como loucos em um tiroteio, estávamos agora alcançando a porta de madeira da casa de três andares. Era uma belíssima construção, em um bairro nobre da cidade litorânea de Cabo Frio. Carolina tinha as chaves da casa na mão esquerda, e estava à frente do grupo, sendo nossa melhor corredora. Atrás dela, vinha Ana, com os meninos. Otávio e Luca. Eu, com meus machucados, era a última, e não me atrevia a emitir qualquer som, com medo de distraí-los do que deveriam fazer. Os errantes não estavam distantes. Meu desejo era conseguir entrar na casa do dentista e recolher o que pudesse ser útil ao nosso grupo, para depois reforçar a casa até a poeira baixar, e podermos fugir. Agora, eu não tinha certeza sobre a qualidade de minha ideia. Sendo clara, eu não era uma boa atleta na escola, e nunca havia sido a mais corajosa entre meus amigos. Não sabia o que fazer em momentos de extrema pressão, e tinha sérios problemas com meu TOC. Um suspiro de alívio deixou meus lábios ao notar que Carolina havia aberto a porta, e já entrava na casa. Parada na soleira da porta, ela fitava em desespero o resto de nós, gesticulando com as mãos para que andássemos logo.
Acho que seus gestos significavam mais do que aquilo. Principalmente, quando seus olhos encontraram os meus. Porque eu não podia ver, mas já sabia o quê aquele horror significava. Quando Otávio passou pela porta, meus quatro amigos observaram enquanto eu tropeçava com um empurrão de um dos errantes. Jogando seu peso na lateral do meu corpo, um zumbi que devia ter cerca de uns quarenta anos quando fora infectado, me derrubou. Faltava-lhe parte do rosto, e seu olhar, era o mesmo de todos os outros. Assassino. Morto. Um olho negro, um olho rubro. Arranhando-me com suas unhas podres, vi sua boca se abrir como em expectativa. Com a mão livre, segurei-o pelo pescoço, bloqueando sua aproximação. Eu já chorava em desespero, tendo minha visão comprometida pelos meus cabelos, amarelos como a morte. Ao perceberem minha situação, Otávio e Luca se lançaram pela porta, e um raio de luz se acendeu sobre minha alma.
Mas era apenas uma ilusão. Como se mil lâminas devorassem minha carne, senti uma profunda dor transpassar meu braço, com o qual continha o primeiro zumbi. Uma garota, com mais ou menos a mesma aparência que a minha, estava arrancando um pedaço do meu pulso com seus dentes pútridos. Meu grito foi o bastante para deixar claro que aquela batalha estava perdida. Com olhos lacrimejando, vi meu namorado e meu melhor amigo voltarem para dentro da casa, seu refúgio temporário. Algum tipo de veneno parecia percorrer minhas veias, devastando meu corpo, e de repente, só pude ver dezenas de luzes rubras piscando ao meu redor. Outros se aproximavam prontos a recolher seu banquete. Com um último esgar de consciência, lembrei-me de dias mais tranquilos, quando minha maior preocupação era uma prova de matemática zerada, ou um sapato com salto quebrado. Um mundo que morrera, junto com meus sonhos. Um mundo, no qual eu não morreria nunca. Um mundo, morto...
A dor, mais cruel do que qualquer outro inimigo, parecia inundar minha alma. Enquanto corria sobre a grama recém-aparada da casa do Doutor Shepard, só conseguia rezar a qualquer divindade que ainda estivesse ouvindo. Meus amigos gritavam e corriam ao meu lado, mochilas sacudindo e bocas arfando. As luzes imponentes da construção bela e protegida eram como auréolas angelicais, rutilando como um chamado de esperança. Segurança. Abrigo. E acima de tudo, descanso. Eu já devia saber que tais ideias, eram artigos esgotados naquele mundo insano. Mundo no qual eu custava a acreditar, e diante do qual eu sentia minha humanidade esvair-se um pouco mais a cada dia. Meus soluços ficaram presos na garganta quando me virei e encarei Carolina. Minha amiga nunca parecera tão assustada, quanto naquele momento. Lágrimas molhavam o seu rosto, e formavam um tipo de lama com a fuligem presa em sua pele. Já não tomávamos banho há três dias, e nossos cabelos pareciam dreadlocks naturais. Os meninos não estavam distantes, e carregavam o peso das nossas mochilas com certo esforço, pela fadiga. Meu coração palpitava a cada urro que um dos errantes emitia. Mortos nunca haviam me amedrontado, eu sempre fora muito fria com relação a sangue e cadáveres. Mas estava pronta a avaliar meus conceitos, caso conseguisse sair viva daquela rua.
Os dias haviam se passado como manchas incertas, desde que o meu mundo sucumbira. Comunicados do Governo Federal anunciando medidas de segurança para conter a infecção e procedimentos para lidar com os infectados inundaram os veículos de comunicação como formigas num torrão de açúcar. Agora, eu e meus amigos estávamos ali, prontos a comprovar a inutilidade de contenção das autoridades em saúde brasileiras. A tentativa de alcançar aquele refúgio em meio ao caso, havia se provado frustrada em todos os aspectos. Meus joelhos ardiam, com sangue escorrendo sob o jeans surrado. Quedas consecutivas vinham seguindo-me, desde que o plano de passar despercebidos pelos errantes tinha sido trucidado. Pensei no grupo de pessoas que aguardavam por notícias na comunidade de pescadores onde estávamos refugiados. Nenhum deles havia aprovado a ideia de tentar chegar à mansão do Dr. Shepard, mas graças a mim, meus amigos aceitaram tentar. Qualquer lampejo de um plano parecia ser melhor do que a estagnação, e o medo crescentes.
Ninguém em meu grupo possuía arma de fogo. Tal fato, por si só, revela o nosso desespero. A verdade, é que ninguém esperaria lutar pela própria vida em um mundo morto. Eu, pelo menos, nunca havia sequer pensado nisso. O próprio Ricardo Shepard, dentista de descendência australiana, se recusara a nos acompanhar até sua casa, pouco distante da comunidade. Contudo, nos ensinara o caminho e cedera seu carro. O maior desafio foi passar pelo grupo de zumbis que cercava a casa, que chamava atenção de toda a vizinhança de mortos, devido às suas luzes acesas, e ao sistema de irrigação do jardim, que emitia um barulho insuportável. Usando o carro como um aríete, havíamos derrubado as fracas grades do portão, esmagando alguns errantes no caminho. Descendo do veículo como loucos em um tiroteio, estávamos agora alcançando a porta de madeira da casa de três andares. Era uma belíssima construção, em um bairro nobre da cidade litorânea de Cabo Frio. Carolina tinha as chaves da casa na mão esquerda, e estava à frente do grupo, sendo nossa melhor corredora. Atrás dela, vinha Ana, com os meninos. Otávio e Luca. Eu, com meus machucados, era a última, e não me atrevia a emitir qualquer som, com medo de distraí-los do que deveriam fazer. Os errantes não estavam distantes. Meu desejo era conseguir entrar na casa do dentista e recolher o que pudesse ser útil ao nosso grupo, para depois reforçar a casa até a poeira baixar, e podermos fugir. Agora, eu não tinha certeza sobre a qualidade de minha ideia. Sendo clara, eu não era uma boa atleta na escola, e nunca havia sido a mais corajosa entre meus amigos. Não sabia o que fazer em momentos de extrema pressão, e tinha sérios problemas com meu TOC. Um suspiro de alívio deixou meus lábios ao notar que Carolina havia aberto a porta, e já entrava na casa. Parada na soleira da porta, ela fitava em desespero o resto de nós, gesticulando com as mãos para que andássemos logo.
Acho que seus gestos significavam mais do que aquilo. Principalmente, quando seus olhos encontraram os meus. Porque eu não podia ver, mas já sabia o quê aquele horror significava. Quando Otávio passou pela porta, meus quatro amigos observaram enquanto eu tropeçava com um empurrão de um dos errantes. Jogando seu peso na lateral do meu corpo, um zumbi que devia ter cerca de uns quarenta anos quando fora infectado, me derrubou. Faltava-lhe parte do rosto, e seu olhar, era o mesmo de todos os outros. Assassino. Morto. Um olho negro, um olho rubro. Arranhando-me com suas unhas podres, vi sua boca se abrir como em expectativa. Com a mão livre, segurei-o pelo pescoço, bloqueando sua aproximação. Eu já chorava em desespero, tendo minha visão comprometida pelos meus cabelos, amarelos como a morte. Ao perceberem minha situação, Otávio e Luca se lançaram pela porta, e um raio de luz se acendeu sobre minha alma.
Mas era apenas uma ilusão. Como se mil lâminas devorassem minha carne, senti uma profunda dor transpassar meu braço, com o qual continha o primeiro zumbi. Uma garota, com mais ou menos a mesma aparência que a minha, estava arrancando um pedaço do meu pulso com seus dentes pútridos. Meu grito foi o bastante para deixar claro que aquela batalha estava perdida. Com olhos lacrimejando, vi meu namorado e meu melhor amigo voltarem para dentro da casa, seu refúgio temporário. Algum tipo de veneno parecia percorrer minhas veias, devastando meu corpo, e de repente, só pude ver dezenas de luzes rubras piscando ao meu redor. Outros se aproximavam prontos a recolher seu banquete. Com um último esgar de consciência, lembrei-me de dias mais tranquilos, quando minha maior preocupação era uma prova de matemática zerada, ou um sapato com salto quebrado. Um mundo que morrera, junto com meus sonhos. Um mundo, no qual eu não morreria nunca. Um mundo, morto...
Victoria G. Kraft- Poke Regras :
Número de Mensagens : 524
Idade : 26
Localização : Na conchichina, com meus pokemons...
Humor : Me pergunta que eu falo... Ou não...
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