[Jornada] Cheer

A noite estava quase se aproximando e isto poderia ser observado pelo fato de que a Santalune Forest ficava cada vez mais escura do que o normal. As pequenas frestas de luz que conseguiam passar entre as árvores extinguiam-se aos poucos até que uma escuridão quase que total fosse formada.

Aparentemente, Cheer e Spikes estavam próximos ao final da floresta que tornava-se cada vez menos densa e o céu poderia ser observado aos poucos, aparentemente a chuva matina havia cessado sendo substituída por um frio diabólico. Leves brisas rebatiam contra os braços nus do criador fazendo-o tremer.

Uma placa indicava que os palpites de Cheer estavam corretos e a Rota 3 estava lá na frente, teria que correr rapidamente para chegar em tempo na cidade de Santalune antes que escurecesse. Não iria sofrer os riscos de ser assaltado, sequestrado ou algo do tipo já que uma grande ronda de crimes estava a acontecer nas seis principais regiões do mundo. Kalos não estava livre dessa vez.

No seu caminho, encontrava diversos pokémons que jamais havia visto antes mas contentava-se em apenas observá-los. Havia batalhado bastante contra diversos treinadores na Santalune Forest e preenchido a sua pokédex um pouco mais. Conforme sua viagem passava, ganhava cada vez mais experiência e isso poderia ser demonstrado facilmente com qualquer batalha atual do criador.

Várias luzes que mantinham-se em uma distância considerável da Rota 3 poderiam ser vistas de longe, o que comprovava que Santalune City estava mais perto do que ele pensava. Mais algum tempo de caminhada e finalmente estaria no seu tão desejado destino e algo que jamais passou pela sua cabeça: a primeira noite fora de casa.

Assim que chegasse no local, se hospedaria no Pokémon Center e ligaria para o seu pai para saber como estavam a coisas.

Spikes encontrava-se dormindo dentro da mochila de Cheer, que estava com o zíper aberto, deixando a cabeça e os braços do pokémon para fora dela. O criado virava a cabeça lentamente de vez em quando para observar se estava tudo bem com seu companheiro.

A estrada de terra batida começava a adquirir uma forma com lajotas e diversos postes de iluminação projetavam-se dos dois lados da mesma. Um grande arco escrito “Santalune City” também poderia ser observado, ou seja, havia finalmente chegado em seu destino por um dia.

A cidade tinha praticamente o triplo do tamanho de Aquacorde, o que lhe assustava um pouco mas tentou seguir para o Pokémon Center pelos caminhos movimentados e bem iluminados até chegar na porta do centro de tratamento onde dirigiu-se até a enfermeira Joy e deixou seus pokémons para uma checagem completa além de serem curados dos machucados. Pegou uma chave de quarto e subiu para tomar um banho.

Depois da higienização, desceu para o térreo novamente e pegou as pokébolas dos seus dois companheiros liberando ambos e indo em direção de um dos computadores com transferência de pokémons para entrar em contato com o seu pai. Cheer fez algumas ligações até que o seu velho atendesse com um sorriso estonteante no rosto. Grandes novidades!

O criador mostrou seus novos companheiros Spikes, o Chespin e o Kricketot que ganhou ao meio das batalhas o apelido carinho de Melo. Uma abreviação mais masculina de Melody/Melodia devido aos seus incríveis dotes com música. O pai de Cheer também mostrou o novo pokémon que havia chocado de um dos ovos que estavam lhe esperando em sua casa, uma Dratini.

Estava tão feliz, o ovo já estava há mais de um mês para chocar e, finalmente, havia nasido uma pequena pokémon do tipo Dragon. Hugh, o pai de Cheer mostrou uma pokébola e a enviou por meio da transferência de pokémons com a Dratini dentro. Era um dos seus presentes de natal.

O treinador observou os dados da nova companheira na pokédex já que nunca havia visto aquele tipo de pokémon na vida e estava curioso.

Dados da Pokédex:

Ficou mais alguns minutos conversando com o seu pai mas havia percebido o quão tarde já era e precisava ir dormir. Agradeceu e despediu-se do seu velho dizendo que ligaria novamente amanhã ou depois de amanhã sem falta.

Tinha que comer algo antes de dormir, tirou a Dratini de sua pokéball e decidiu apelidá-la de Slyth antes de ir no pequeno café que ficava do lado direito do Pokémon Center com o dinheiro que havia ganhado em algumas batalhas com seu Spikes e Melo. Comeu um salgado qualquer e também comprou ração para os três pokémons, a favorita de cada um deles. Depois de alimentá-los, todos retornaram para o quarto estufados. O quarto tinha duas camas. Os três pokémons deitaram sobre uma horizontalmente e Cheer foi escovar os dentes no pequeno banheiro além de vestir o pijama que carregava junto consigo.

Apagou as luzes e saltou na cama correndo de olhos fechados pois estava um pouco assustado com o breu do quarto. Respirou, inspirou, respirou, inspirou, respirou, inspirou e dormiu.


Madrugada, as estrelas do céu brilhavam tanto quanto o possível e uma incrível movimentação estava acontecendo no quarto de Cheer. Por algum motivo, Spikes levantou-se, sonâmbulo e atraído por um cheiro fortíssimo de comida saiu do quarto descendo as escadarias. Com a movimentação brusca do Chespin, Melo também acordou e tentava acordar o seu treinador para mostrar onde o pokémon estava indo.

Cheer acordou assustado com o inseto em cima de si mas saiu correndo para ligar a luz ainda meio sonolento e não entendendo o que tinha acontecido até que observou a cama e contou a quantidade de pokémons. Um, dois... Onde estava o seu inicial? Slyth continuava em um sono profundo. Apenas seguiu o Kricketot que descia as escadas apressado, pronto para salvar o seu companheiro do perigo.

O criador estava de pijama mesmo e apenas seguindo o Kricketot que farejava o cheiro daquilo que estava atraindo Spikes. Ambos acabaram parando em um beco escuro e mal iluminado com um prato de poffins no canto e o Chespin deliciando-se em comer quando uma rede caiu sobre ele prendendo-o.

Um homem de roupa preta com um R em vermelho apareceu das sombras pegando a rede nas costas com o pokémon preso.

- Ei, o que você pensa que está fazendo com o meu Chespin? DEVOLVA-O AGORA! - O bandido soltou apenas uma risada maléfica, pronunciou um nunca e liberou um Mightyena. Melo posicionou-se na frente de Cheer. Estava disposto a lutar pelo seu companheiro!



- Melo, quero que você comece utilizando o seu Growl duas vezes. - O Kricketot ficou em uma posição de batalha e começou a emitir grunhidos continuamente diminuindo o poder de ataque do adversário. O lobo do adversário saltou na frente do pequeno inseto utilizando um Bite e mordendo-o com uma força muito mais reduzida do que o comum.

Mightyena era um pokémon do tipo Dark, ou seja, tinha fraqueza contra pokémons do tipo Bug. - Jogue uma onde de Struggle Bug nele e aproveite-se da distração para aparecer próximo a ele com um Bug Bite em uma das patas para dificultar a caminhada. - O adversário liberou uma espécie de latido aumentando o seu poder de ataque, Howl, mas que ainda continuava fraco.

A boca do adversário encheu-se em chamas e ele partiu com um Fire Fang para cima de Melo, chamuscando-o em seu braço e machucando seriamente. Por sorte, a onde de energia do Struggle Bug foi liberada bem na hora jogando o adversário para longe e Melo escondeu-se atrás dela avançando para cima do Mightyena e mordendo a sua pata com o Bug Bite.

Melo caiu no chão com a queimadura ardendo, o Mightyena voltou a atacar com um Tackle que empurrou o Kricketot contra uma lixeira fazendo-o cair lá dentro. A batalha parecia estar acabada. Não, não poderia acabar desse jeito.


A lixeira começou a lançar fortes raios brancos e dentro dela não saia um Kricketot, mas sim um Kricketune pronto para batalhar contra o Mightyena.

- Melo, você evoluiu! Agora vamos mostrar para ele quem é que manda, Fury Cutter três vezes seguidas! - Os grandes braços de Melo agora revelavam-se ótimos cortadores, fazendo cortes profundos na pelo do Mightyena que caiu no chão um pouco desorientado mas levantou-se para continuar a lutar. - Use o Sing para fazer ele e esse bandido dormirem!

Melo dançava com maestria pelo beco escuro e começou a usar um de seus braços como violino enquanto utilizava o outro para tocá-lo sendo que diversas notas musicais escaparam atingindo os dois inimigos e fazendo-os cair no sono com a bela melodia de Sing.


Cheer saiu correndo em direção do saco para libertar o seu pokémon que encontrava-se desmaiado devido a toda aquela movimentação por parte do ladrão. Enquanto Melo assegurava-se que o bandido e parceiro não acordariam, levou o pequeno Chespin para o Centro Pokémon correndo e pediu para que a enfemeira Joy ligasse para uma oficial Jenny. Tinha que prender aqueles mentecaptos.

A oficial de polícia chegou quase que alguns minutos depois com uma bela Pyroar em seu lado, dirigiu-se para o beco e pediu que Cheer voltasse para o seu quarto e descansasse depois do ocorrido.

O jovem estava cansado e junto com Spikes, em seus braços, e Melo, ao seu lado. Retornou para o quarto. Para a surpresa do criador, Slyth ainda encontrava-se dormindo em perfeitas condições. Melo deitou-se na cama um pouco mais apertado do que antes junto com o Chespin que foi deitado pelo seu dono. Cheer jogou-se na cama e apagou em alguns segundos.

Observações

- A Dratini é o presente de natal recebido pelo evento, só coloquei ela para fazer sentido na trama do meu personagem.

Os raios do sol adentravam a janela do pequeno quarto de Cheer no segundo andar do Pokémon Center. Apesar de ser manhã cedo e dos ocorridos da madrugada, o criador fez questão de acordar mais cedo para cuidar de seus pokémons e ir na rota 22 fazer uma espécie de treinamento com Spikes que estava ficando para trás em questão de poder quanto ao Melo. Decidiu poupar Slyth do treinamento já que havia acabado de rachar de um ovo e era pequena demais para batalhar. Antes de descer as escadarias, Cheer forneceu aos seus pokémons um pouco da ração que havia sobrado da noite passada.

Assim que acabaram de comer, retornou todos para as suas respectivas pokébolas com exceção do Chespin. Trocou o pijama pela roupa normal que utilizava em sua jornada e partiu para o andar inferior, não devolveu a chave do quarto para a enfermeira Joy pois Cheer sabia que ainda voltaria ali durante a noite.

Passou apenas o pokémon por uma rápida máquina que restaurava os pokémon ao seu estado perfeito e saiu do local.

Santalune City era majestosa de noite e de dia continuava sendo bonita, os canteiros decorados com flores e rodeados por treinadores e seus pokémons contudo o monumento mais bonito na cidade era a fonte em forma de Roselia. Cada detalhe esculpido em mármore branco com os jatos de água jorrando por ambas as suas flores faziam-na algo de imenso destaque na cidade. O céu brilhava mais do que nunca refletindo na água da fonte o que apenas incrementava no quesito de estética.

Cheer estava com Spikes em seu braço direito, ambos caminhavam pela cidade e identificavam sua posição por meio das placas espalhadas. Aparentemente, a rota 22 encontrava-se alguns minutos de caminhada à frente do ginásio da cidade. Se Cheer quisesse especializar-se como um treinador, talvez batalharia mas sua atenção estava voltada em aprender mais sobre o funcionamento das incríveis criaturas e como trata-los adequadamente.

Respirou fundo quando observou uma pequena placa de madeira com tinta já gasta e praticamente impossível de se enxergar apontando o caminho. O criador o seguiu veemente até chegar em uma pequena clareira e, aparentemente, outra pessoa encontrava-se no mesmo local que ele.

Não reparou na pessoa muito bem inicialmente pois um calafrio percorreu-lhe a espinha. Sentiu-se observado. Aqueles fios loiros caindo sobre o ombro não seriam esquecidos com tanta facilidade, Cheer sabia exatamente quem aquela pessoa era: Georgia.

Aproximou-se lentamente por trás dela para que ela não notasse e colocou as mãos em seus olhos, tampando-os. – Adivinha qu... – Antes que pudesse acabar de falar, levou um soco no estômago e foi lançado para trás pela garota que aparentava estar assustada com alguma coisa.

Quase que imediatamente, Georgia virou-se e observou bem quem era implorando pelo perdão do garoto. – Relaxa, Geo. Não precisa pedir desculpas. O que aconteceu por você estar tão assustada dessa maneira?

Depois de ouvi-la falar atentamente captou o que havia acontecido, a garota estava perdida em meio aquela rota e não sabia por onde voltar. Cheer queria acalmá-la de alguma maneira mas também não sabia onde estavam. - Pode ficar calma, eu vou lhe sugerir algo e você diz se aceita ou não. O que acha de primeiramente procurarmos juntos a saída desta clareira e, em seguida, batalharemos como uma recompensa pela minha ajuda? - O criador sorriu, parecia soltar-se mais com Georgia do que com outras pessoas. Conhecia-a desde pequeno e até partilharam diversos segredos: coisas que ninguém poderia imaginar de ambos.


O tempo passava rápido e ambos já estavam há duas horas em um labirinto fechado naquela clareira. Não sabia para que lado deveria seguir até que lhe surgiu uma ideia genial. Cheer jogou a pokébola de Melo para cima e o Kricketune saiu dançando uma espécie de valsa pelos ares. - Melo, será que você poderia procurar o caminho de volta para Santalune para mim observando pelos céus? - O pokémon inseto voou para o alto das árvores e voltou alguns segundos depois apontando e pedindo para que ambos os treinadores o seguissem.

Com a ajuda de pokémons, tudo ficava mais fácil incluindo as tarefas mais complexas. - Obrigado por nos ajudar nesta questão, Melo. Pode retornar. - Apertou o botão no meio da pokébola do Kricketune e uma rajada de luz vermelha o sugou para dentro.

Cheer e Georgia seguiram reto até encontrar a estrada de terra batida que levaria para Santalune City. Ambos foram rápidos e cada um foi para um lado da estrada. - Agora vamos...

- ...acabar com isso. - Complementou Georgia que revelou seu mais novo companheiro, um Sylveon.



Spikes sorriu e bateu com suas duas mãos no peito, mostrando o quanto estava pronto para enfrentar o novo pokémon de Georgia. O Chespin estava muito mais confiante do que já havia estado alguma vez na vida. - Quero que você parta para cima dela com uma sequência de Power-Up Punch quatro vezes. O ataque não irá proporcionar um dano muito alto ao Sylveon mas irá aumentar o seu poder para acabar com ele de uma vez só! - O companheiro de Cheer aproximou-se do Sylveon e conseguiu golpeá-lo com o soco duas vezes antes de Georgia ordenar um Draining Kiss que empurrou o pequeno Chespin para trás com um beijo (homossexual?!) e restaurou a energia perdida pelos socos.

Várias estrelas de Swift surgiram ao redor do adversário e foram lançadas na direção de Spikes. - Use o Protect e siga com Wood Hammer para cima dele! - Uma pequena camada protetora de tonalidade verde surgiu ao redor do Chespin fazendo que quando as estrelas fossem de encontro com as mesmas explodissem em pequenas nuvens de pó brilhante. O braço do pokémon de Cheer ficou turquesa e ele partiu para cima do adversário que lançava um ataque concentrado com o poder da lua, Moonblast.

- Utilize o seu braço carregado para mandar o ataque de volta! - Como um taco de beisebol, o braço de Chespin cheio do poder de Wood Hammer acertou o Moonblast feito uma bola, refletindo-o de volta para o Sylveon, que ao ser atingido, caiu no chão sem muitos danos.

Georgia estava ficando estressada e mandou que o Sylveon enviasse uma sucessão de ataques sem fim. Primeiramente, duas barreiras foram criadas aos redor dele: uma com Reflect e a outra com Light Screen para diminuir o dano dos ataques. Em sequência, uma onda de vento com um pó rosa claro foi enviada para o Chespin, acertando-o. Antes que pudesse reagir foi lançado para trás com um Quick Attack do inimigo.


Luzes fortes rodearam Spikes que começou a mudar de forma e tamanho ficando maior para todos os lados.

- Spikes... Você está muito mais forte agora. Vamos finalizar com isso, aproveite e use uma combinação de Needle Arm com Poison Jab! - Espinhos cresceram no braço do Quilladin, mas eram diferentes dos espinhos de um Needle Arm qualquer já que assumiram a coloração púrpura e efeito venenoso do Poison Jab. Mesmo com Reflect ativo, o golpe foi suficientemente bom para machucar o Sylveon.

- Brick Break e para finalizar com o adversário... Seed Bomb! - Um só golpe cessou o poder das barreiras que estavam agindo sobre o Sylveon além de lhe causar uma boa quantidade de dano porém o que acabou mesmo com o adversário foram as diversas bombas em formas de semente que explodiram ao entrar em contato com sua pele. O pokémon de Georgia havia sido nocauteado. Quilladin também não estava aguentando muito, os ataques exigiram demais de seu corpo e o pokémon caiu de joelhos no chão.


Cheer retornou o seu novo Quilladin assim como Georgia retornou o seu Sylveon. O criador foi correndo em direção da amiga para abraçá-la e se despedir mas ela desequilibrou-se e caiu no chão, desacordada. Aparentemente, uma névoa estranha estava surgindo em toda aquela parte da estrada.

Não conseguia mais sentir o seu corpo também, caiu no chão lutando para permanecer acordado mas a última coisa que viu foi a face de duas pessoas que vestiam o uniforme da equipe Rocket. Ambos utilizavam máscaras para respirar. - Foi esse pirralho que fez com que o Josh fosse preso ontem? - Cheer fechou os olhos e desmaiou antes que pudesse protestar.


Despertava aos poucos, seus olhos abriam-se e finalmente Cheer conseguiu ver Georgia preocupada em seu lado. Os dois estavam em uma espécie de prisão: era totalmente rústica feita de rochas sedimentares que pareciam compor o local, uma espécie de caverna com grades. Não era muito espaçoso e pelo cheiro de terra molhada havia sido escavado recentemente.

Procurou em seu cinto por algumas pokébolas, não conseguia achar nenhuma. - Geo, o que vamos fazer? Aqueles pilantras da equipe Rocket nos prenderam, oeiadmisn. - A névoa ainda fazia algum efeito e Cheer não concluiu a frase devidamente, uma leve tontura surgiu mas passou. Estava desesperado longe de seus companheiros, precisava de todos eles ali: Spikes, Melo e Slyth!

A caverna em que estavam não era muito funda e parecia ter outros dois espaços para prisioneiros e logo na porta que parecia levar ao exterior, três pessoas estavam discutindo: os dois membros da equipe Rocket e...

Só poderia ser uma miragem ou algum efeito da névoa porque quem estava lá era a pessoa que abandonou Cheer e seu pai há sete anos atrás para fugir com outro homem: sua mãe.

Sua mãe estava ali na frente, Cheer não conseguia imaginar o que tinha acontecido para ela estar conversando com aqueles mentecaptos. A cabeça do criador enchia-se de teorias e de ideias sobre conspirações contra sua família, talvez apenas estivesse pensando demais e, pela primeira vez na vida, estava assustado. O corpo apenas estava travado e não respondia aos comandos que a mente enviava. Observou Georgia que estava em silêncio, a garota já tinha parado de resistir e algumas lágrimas escorreram de seu rosto, sentia-se culpado por ter a colocado neste grande problema. Cheer aproximou-se da menina e deitou a cabeça em seu colo, secou as pequenas gotículas de água que escorriam de seu rosto com a manga da camiseta que estava utilizando.

O principal objetivo dele era o de fazer Georgia livre de tudo aquilo, não queria arriscar a segurança de mais ninguém por sua causa. Uma expressão de seriedade esboçou-se lentamente o seu rosto e suas lágrimas foram substituídas por uma respiração mais pesada e uma atitude mais radical e masculina.

Levantou-se e começou a observar os cantos da cela, como um criador achou que seria bom aprender um pouco mais sobre cavernas e seus conhecimentos fluíam pela mente com leveza. A terra estava fofa, o que significava que foi remexida fazia pouco tempo e as barras não estavam tão fortes mas mesmo assim não conseguiria abrir a jaula por conta própria.

Se pelo menos tivesse a ajuda de Spikes, conseguiria abrir com a maior facilidade mas não tinha ideia de onde os seus pokémons estavam.

- Geo, pode me ajudar aqui? Acho que sei o que podemos fazer para sair desse lugar. – A garota levantou-se e aproximou-se das barras de ferro junto com Cheer que tenta arrastar a parte de cima das grades que pareciam estar soltas.

Um dos membros da equipe Rocket conseguiu ouvir o barulho e saiu da entrada da caverna, interrompendo sua conversa e liberando um Whirlipede ordenando-o que usasse Venoshock afim de liberar um líquido viscoso que impossibilitaria as grades de irem para frente ou para trás. – Merda. – Cheer soltou o palavrão e o inimigo apenas riu da desgraça alheia. Quando voltou seu olhar para a saída da caverna teve outra surpresa: sua mãe não se encontrava mais lá. A mulher havia ido embora.

A raiva ficou aparente na face de Cheer que começou a chutar a grade, não poderia acredita que a sua própria mãe teria deixado seu próprio filho ali a mercê de criminosos perigosíssimos. Ou talvez ela nem sabia que era seu filho já que o tinha abandonado com apenas cinco anos de idade para fugir com outro homem. Miltank!

Georgia costumava falar demais e seu silêncio era um sinal de que, realmente, estava com muito medo do que poderia acontecer. A caverna estava completamente vazia e os únicos sons que poderiam ser escutados eram os de água escorrendo pelas estalactites.

Não havia mais jeito de fugir daquele local, Cheer perdeu totalmente as esperanças.

Suspirou e deitou-se no chão frio, fechando os olhos por alguns segundos e depois abrindo-os novamente quando percebeu uma bola rosa andando pela caverna. Esfregou os olhos bem pois o que estava vendo só poderia ser uma miragem. A pequena bola rosa movia-se escondida e os Rockets nem perceberam a sua entrada na caverna já que estavam conversando na porta. O que será que eles estavam esperando?

Cheer cerrou os olhos para que conseguisse observar melhor o que estava em sua frente. Aparentemente, aquilo era um pokémon cachorro. Dois lacinhos estavam em cada uma de suas orelhas que balançavam enquanto caminhava na direção do criador.

Ao chegar em sua frente, o criador conseguiu reconhecer aquele pokémon. Era uma Snubbull que mexia o seu rabo constantemente e aparentava estar um pouco machucada, poderia ter fugido das garras daqueles vilões. Georgia aproximou-se também ao observar aquele pingo de esperança. Ela, talvez, conseguisse ajudar ambos em uma fuga estratégica. A pequena cadela abriu suas presas que começaram a pegar fogo e começou a morder as grades que derretiam aos poucos. Deveria ser algum metal de segunda mão.

Sair das celas era fácil. O difícil era conseguir escapar da caverna, assim que ambos (Cheer e Georgia) conseguiram fugir a Snubbull andava na frente de ambos tentando fazer o máximo de silêncio possível. Ao aproximar-se dos dois Rockets, a pokémon saltou sobre um deles e mordeu sua espinha com um Thunder Fang, deixando-o paralizado temporariamente.

O outro membro que parecia ser mais experiente lançou seu Whirlipede em campo e encarou Cheer profundamente que respondeu com um olhar de mesma intensidade. - Snubbull, você está pronta para lutar ao meu lado? - Cheer perguntou à pequena companheira que apenas acenou positivamente com a cabeça.



Cheer mostrava-se nervoso. Se perdesse a batalha, provavelmente algo muito ruim aconteceria com ele e com Georgia, ou seja, suas únicas opções eram vencer ou vencer. - Snubbull, quero que você comece com uma sequência! Thunder Fang, Ice Fang e, finalize, com Fire Fang! Mostre todo o seu poder para esse Whirlipede! - Mesmo machucada, a pokémon parecia disposta a lutar. Suas presas encheram-se de faíscas e ela partiu para cima do inseto que começou a rolar com Steamroller. - Ative sua habilidade, Rattled! - Ambos chocaram-se no primeiro ataque em que a pequena Snubbull consegui mordê-lo mas foi projetada a uma certa distância.

Uma aura rosa começava a rodeá-la, sua habilidade foi ativada e toda vez que fosse atingida por um ataque de tipo Bug, Dark ou Ghost aumentaria a sua velocidade. A próxima mordida foi o Ice Fang, a boca começou a adquirir um aspecto gélido e as presas adquiriram a textura de gelo. Ainda com Steamroller, o Whirlipede partiu para cima de Snubbull que conseguiu desviar e cravar os dentes na parte de trás do inimigo. A aura de Rattled foi substituída por uma cor púrpura, a companheira de Cheeer havia sido envenenada.

Poison Point era o nome da habilidade do Whirlipede que deixava os inimigos envenenados com o contato. - Relaxe! Não se apresse com a última mordida, use o Heal Bell antes! - Uma doce melodia começou a rodear a Snubbull que aparentemente era curada do status negativo e seguia com tudo para cima do adversário com Fire Fang! A boca em chamas atingiu o inimigo em cheio e o fez ficar seriamente danificado.

O Rocket não parecia estar destinado a perder. Diversos espinhos de cor roxa saíram da boca do inseto e atingiam em cheio a aliada de Cheer. Snubbull parecia ficar cada vez mais cansada, o último ataque tinha sido um dano super efetivo. - Você ainda pode continuar. Eu sei que consegue! Lick e Close Combat! - Whirlipede começou a rolar com Rollout e sua velocidade era incomparável parecia ficar cada vez mais rápido enquanto atingia a pequena cadela que estendeu sua língua e lambeu o adversário, fazendo-o ficar paralisado e impossibilitando seu movimento. A chance perfeita!

Os punhos da Snubbull brilharam em tons de vermelho carmesim e uma sequência de socos extremamente rápida foi aplicada no inimigo que pareceu não aguentar tanto impacto mas ainda assim conseguiu resistir ao criar um Protect quase ao fim do ataque.

- Finalize com esse Whirlipede com Play Rough. - Sabe a definição de entre tapas e beijos? Era exatamente isso que a Snubbull fazia com o inseto, jogava-o de um lado para o outro e, enquanto estapeava-o, enchia-o de beijos. O inimigo havia sido nocauteado e Snubbull partiu para cima do Rocket dando um golpe na cabeça e deixando-o desmaiado.


Georgia era esperta. Enquanto Cheer ocupava-se batalhando, ela revirava o acampamento dos membros da equipe malvada em busca das pokébolas dos dois treinadores. Aparentemente, não encontrava em nenhum local quando pensou em ver dentro do carro utilizado para transporte deles, uma van. A parte de trás estava cheio de barulhos e murmúrios além de uma janela quebrada na parte de cima.

A garota abriu a porta de trás e vários pokémons estavam lá dentro junto com um saco com os pertences de ambos. Era inacreditável. Os pokémons pareciam debilitados e estavam cansados, pareciam ter treinadores. Georgia pegou sua PokéGear e ligou para o Centro Policial de Santalune City contando toda a história para a mesma oficial que havia capturado o Rocket que atacou Cheer.

O criador certificava-se de que os Rockets não iriam escapar amarrando-os com uma corda quando Geo chegou trazendo a mochila com todos os seus itens pessoais. A primeira coisa que Cheer fez foi observar o dia e hora em seu relógio, já havia passado um dia que estavam presos!


Os dois ficaram esperando cerca de duas horas até a oficial Jenny aparecer com uma força tarefa de mais dois membros da Polícia Internacional Pokémon. Tudo parecia estar na mais perfeita ordem: os pokémons roubados estavam sendo retornados para pokébolas e seriam devolvidos para seus treinadores, os dois Rockets foram levados à prisão para fazer companhia ao seu colega e a Cave of Emptiness repousava em seu silêncio novamente.

A Snubbull parecia estar assustada e grudou-se na perna de Cheer, não querendo sair mais de perto dele. A experiência fora traumática o suficiente para a pobre pokémon.

- Cheer, eu acho que essa Snubbull escapou por aquele vidro quebrado para procurar ajuda e ela nos encontrou. Ela não aparenta ter dono já que não há nenhuma pokébola para ela. O que você planeja fazer? - Georgia indagou extremamente curiosa e aliviada.

- Eu já sei o que vou fazer. - O criador abaixou-se e ficou na altura dos olhos da pokémon, passou levemente a mão no couro cabeludo da mesma deslizando-a até as orelhas como em um carinho. - Snubbull, ou melhor, um apelido para você... Fangs. Fangs, você quer seguir jornada comigo? Prometo que poderemos ser ótimos amigos. - Cheer estendeu uma pokébola para ela. Meio receosa, a pokémon bateu a pata no botão e foi sugada por uma luz vermelha. A pokébola mexeu-se algumas vezes e cessou depois de alguns segundos com o som da captura.

O criador liberou todos os pokémons para abraçá-los. - Eu estava tão preocupado e com medo de perder vocês. Nunca mais vou deixar isso acontecer, nunca mais. Eu prometo!

A oficial Jenny ofereceu-se para escoltar ambos com segurança até Santalune City e Cheer aceitou sem pensar duas vezes, não iria correr o risco de ser atacado novamente ainda mais com a noite. Teria que chegar no Centro Pokémon e explicar todo o ocorrido para o seu pai, mas deixaria isso para mais tarde agora só estava cansado e pensava em dormir.

O que será que sua mãe fazia conversando com os Rockets?


A Snubbull foi o meu outro presente de Natal e só coloquei ela na história para fazer sentido de como adquiri o pokémon. Enfim, foi só um treino para ela. Feliz natal. ♥

Pokemon:

-------------------Treinamento-------------------


Snubbull
Lv: 13 (+8)
HP's: 130


Bônus:

+ 6 Level de Treinador
+ 10.000 Pokedolares