THE FIGHTER
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THE FIGHTER
• THE FIGHTER .
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Half the population's just waiting to see me fail.
— Gym Class Heroes.
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oneshot
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Ela coloca o melhor vestido que tem e sai para a rua no salto alto. Tem umas presilhas que são de borboletas. Parece que elas voejam pelo seu cabelo e isso é bom. Ela está tão bonita que pode sentir; sente a bolsa tilintando com muitos zíperes ao seu redor, os saltos quicando no chão e voltando a quicar, as pernas brancas sob a saia do vestido que esvoaça para o vento. Está muito, muito bonita. Também pudera. Esperou muito tempo para arranjar coragem para este único momento. Vai fazer valer a pena, ou assim o pensa.________________________________________
Half the population's just waiting to see me fail.
— Gym Class Heroes.
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oneshot
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O parque fica a poucas quadras de casa. Coisa de descer andando as ruas, atravessar os congestionamentos, passear pelas filas da rodoviária, então encontrar espaço verde e sorrisos e gritaria. Algumas crianças correm com os cães, outras passeiam de bicicleta, mas há um grupo de rúgbi lá adiante e é para lá que ela está indo. Porque ele está na cidade, e não vai ser por muito tempo. Desde que o ensino médio acabou a vida dele é outra, bem longe desta cidade pequena e de todas estas coisas de caipira a que ela está acostumada. Ele joga rúgbi. Quem, naquela bendita cidade, joga o mesmo? Ele conseguiu montar um time para jogar apenas nas férias. Isso deve contar para alguma coisa, como pontos a seu favor.
— Bubbaloo da Califórnia, Califórnia, Bubbaloo. Estados. Unidos. Balança o seu vestido. — Na cantoria das crianças seu vestido balança mesmo, mas por motivos diferentes. É o vento.
Vai passando com o salto por entre a grama, ansiosa para que não caia e passe vergonha. Vai indo ao encontro de um time de garotos suados no sol do pleno verão. Muitas risadas, muitos gritos e torcida. Até isso foi capaz de arrumar. Nervosa, cruza os braços. Passa as mãos por eles para lá e para cá.
— Sasuke. — Chama tentativamente, sem resposta. Chama para dentro, já para não ser ouvida. Assim pode ter uma boa desculpa, virar as costas e ir embora. — Sasuke — Chama mais uma vez, dessa vez mais alto e firme.
O garoto vira e tem um cabelo negro rebelde, uns olhos ainda mais rebeldes, um rosto duro, mas é quase um sorriso que a recebe. E ela sorri também, porque são todos os anos da sua vida bem diante dela, anos que ela não conseguiu deixar ir. É o primário. O fundamental, o ensino médio, agora a universidade. Sua vida diante dos seus olhos, tudo bem. Ela estende a mão e o chama.
— Agora? — Ele move os lábios para ver se ela o entende e, oh, ela entende muito bem. Então diz que sim, agora. E ele vem ao seu encontro, o time de rúgbi inteiro para trás. — Quer sentar?
— Não, eu não vou demorar — Fora isso, sujaria seu vestido.
Silêncio. Constrangedor para ela, natural para ele. Povoado de risadas de crianças e euforia de garotos e garotas. Parque, férias, verão.
— Eu sempre gostei de você.
Tanto barulho para nada. Tanto barulho para ser exatamente isso a dizer. Coisa que ele, obviamente, já sabia. Sabia, por isso está acenando com a cabeça.
— E pensei que talvez... talvez agora...
— Nós pudéssemos ficar juntos. — É ele quem termina e a esperança se ilumina no rosto dela.
Sem a pressão da primeira série, onde crianças não sabem nem se dar a mão é certo ou errado ou se conta como namoro. Sem a tensão quase juvenil da quinta, onde os primeiros beijos selam para sempre passados e futuros, onde garotas decidem o que farão agora com todo este poder, onde garotos lutam por um espaço machista ao sol. Sem a dor do primeiro ano, onde tudo é estudo e vestibular e futuro.
— Eu nunca beijei ninguém. — Ela confessa num suspiro tão baixo que deseja que ele não ouça. Não é bem verdade. Ela já beijou muita gente, mas sente como se não o houvesse feito. Hoje pode ser outra vez o primeiro.
— Verdade? — Ele incrédulo.
Ela acena que sim e confirma toda a farsa. Sasuke quase ri, numa risada que não é jocosa nem petulante. Num deleite real.
— Se é difícil achar virgens aos dezoito, alguém que nunca foi beijado é um milagre.
Ela também ri. Se sente mais confiante.
— Podíamos... — Cheia de reticências — Ficar juntos.
Sasuke olha para ela e, uma vez mais, ela acredita que a resposta dele será sim. Que ela não colocou seu melhor vestido para nada. Que todos estão esperando que ela falhe, mas haverá vitória.
Então ele sorri como quem pede desculpas.
— Eu tenho uma namorada.
E é Oh escrito no rosto dela. Com letras maiúsculas de decepção.
— Ah não.
Ele ri do desapontamento real.
— Ah sim.
Ela também ri. Foi tudo uma grande besteira. Pelo menos as coisas vão se esclarecendo, as tensões de tantos anos de vida diluindo, coisas que ela deixou por fazer e só agora arranja coragem. E está tudo bem. Mesmo.
— Ainda podemos ser amigos?
— Claro. — Ele responde e acaba pegando a bola num pulo, arremessada sem querer na sua direção. Atira a dita cuja de volta. — Mas antes me deixa fazer uma coisa, para não me arrepender depois.
Sakura quer ter perguntado o que é, mas não tem a chance. Para de respirar quando vê o rosto dele vindo em sua direção, os olhos fechados, o nariz comprido e branco, os lábios entreabertos. E eles se chocam com os seus. As línguas dançam uma única e solitária valsa. As crianças ciciam ao redor.
Então os rostos se separam e o número acaba, assim como o show e toda a apresentação. Umas garotas na torcida estão se roendo. Uns garotos se cutucam nas costelas, apontam, mas nem um dos dois está precisamente consciente destes detalhes agora.
— Primeiro beijo. — Ele diz.
— Primeiro beijo — Ela ecoa.
E ainda podem ser amigos. Muito, muito bons amigos.
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N/A
Oh, a frustração.
Primeiro het que eu escrevo, sei lá, em milênios.
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Oh, a frustração.
Primeiro het que eu escrevo, sei lá, em milênios.
Convidado- Convidado
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