Incendiando o Bosque

Andava calmamente pela pequena trilha criada no espaço vazio das árvores. Seguia a garota em passos curtos, junto de Alev e outro treinador mais atrasado que vinha atrás de mim.

– Já vi que esse grupo não vai dar em algo tão cedo. – Fitei a Charizard já quase ao meu lado, andando em passos grandes e lentos, devido ao seu tamanho. Nunca pensei que veria uma espécie Shiny assim tão cedo, ainda mais um em estágio final de evolução. – Venha Alev. – Sei que não é preciso ficar chamando a atenção de meu parceiro tanto assim, mas eu sabia que uma hora ou outra ele arrumaria algum problema, seja lá como for à forma que usasse para isso.

Avancei um pouco mais rápido e me aproximei da jovem. De início ela não ligou muito para mim e continuou andando. Suspirei e então me voltei ao meu redor. O que antes era uma pequena trilha, havia se tornado uma grande área com árvores de todos os tipos, também conseguindo ver alguns monstrinhos mais curiosos nos observando, parcialmente escondidos, em seus galhos e grama alta.

– Então... Vamos ficar juntos aqui um tempo, então que tal ao menos nos apresentarmos? – Disse tentando puxar conversa depois de tanto tempo com todos calados. – Me chamo Akira e esse é Alev, meu Chandelure, viemos lá de Unova. E vocês? – Não tinha tanta fé em obter resposta, mesmo assim continuava a falar sozinho como um bobo.

Incendiários

Os treinadores já começavam a se agitar conforme entravam no bosque. As árvores já fechavam os três e o silencio no recinto era perturbador.
A única trilha que eles podiam seguir, parecia um pouco segura, ou, era segura até aquele momento.

O treinador de Unova tentava puxar assunto enquanto eles andavam por aquele lugar, mas ele era friamente ignorado, até que a única garota do grupo percebeu que a voz do garoto era familiar.
Depois disso, os fatos foram estranhos, uma antiga rixa voltou com tudo entre Alev e Carla, que quase começaram a se atacar. Caso Dtwist não estivesse lá, provavelmente um teria matado o outro bem ali. Por sorte a bola de água não atingiu nenhum dos Pokémon de fogo, evitando assim, retirar danos.

Continuaram a caminhada até encontrarem uma clareira. Um lugar aberto, com um pequeno lago no centro. Árvores e arbustos balançavam com o vento, exceto algumas que tremulavam irregularmente. Dali, dois Eevee saíram, indo em direção do lago, inicialmente para beber água. O trio deu uma rápida olhada entre si e avançaram devagar.

Ainda era manhã e nenhum precisara de nada da mochila, mas logo seria hora do almoço e um pouco da comida deveria ser gasta. Os dois Eevee bebericavam a água enquanto uma leve rajada de vento passava pelos pelos e faziam as costas dos pokémons arrepiarem. Um estalo de galho e ambos estavam atentos nos três treinadores que pareciam determinados a pegarem eles.
Se dividiram um de cada lado quando a água começava a se movimentar, contudo nada saiu de lá.


Pedidos básicos ~

Façam a mesma coisa que a Mary fez, deixem os dados dos pokémons de vocês em Spoiler no final dos posts, também deixem a mochila que escolheram.

Sorteador: http://www.sorteador.com.br/arquivo.php?consulta=236044

– Devia ter percebido que era você. – Fui para o canto oposto ao dela e fiquei ao lado de Alev, o acariciando levemente enquanto bufava. – Mary não é? Não costumo me lembrar facilmente de quem não é tão importante. – Fiz uma pausa enquanto levantava meus braços como um sinal de quem não ligava para aquilo. Voltei-me a Carla que já quase saia me atacando se sua treinadora não a controlasse. – Qual a necessidade de tudo isso? Não estou aqui para brigar.

Apesar de tudo as duas não pareciam me ouvir muito.

Andei mais um pouco a frente, observando o lago calmo e sereno dali, enquanto pensava comigo mesmo. Na realidade eu não queria ser assim tão metido nem nada, pois não é minha real personalidade, mesmo assim aquela garota descontrolada me forçava a agir de tal forma, ao menos na frente de todos do grupo.

O tempo estava passando. Um mal falava com o outro e não avançava o caminho. Foi então que dois monstrinhos apareceram para finalmente dar alguma emoção para aquela aventura. Através de minha Pokédex vi que se tratava de dois Eevee, ambos parados a borda do lago bebendo de sua água.

Notei que algo parecia se mover por ali, mas não dei muita atenção de início. Um Eevee é um Pokémon extremamente raro em praticamente todas as regiões, conseguir capturá-lo seria a melhor das oportunidades que poderia conseguir ali.

– Alev, se atente! – Exclamei rapidamente enquanto os dois percebiam nossa presença por algum barulho, provavelmente feito pelo garoto mais atrasado. – Vou tentar capturar um, então preciso que me ajude. Tudo bem Alev?

O lustre respondeu sem reclamar, liberando suas chamas em quantidades maiores por alguns segundos ao grunhir, como uma resposta.  

Os dois Eevee não demoraram a atacar. Porém, Dtwist que até então pouco tinha agido apareceu próximo a mim, tentando capturar o monstrinho que restaria. Agora eu poderia batalhar calmamente, me preocupando somente com o que era meu alvo. Observei que aquele que focou-se em meu Pokémon conhecia um movimento Dark. Precisava agir rápido.

– Alev, use Dark Pulse e pare-o antes que te morda! – Exclamei rapidamente, enquanto andava um pouco para o lado oposto ao da outra batalha. Não queria que por descuido uma interferisse a outra, ou os Eevee sendo trocados, em relação a alvo dos ataques. Chandelure não ligava muito para isso, para ele bastava somente algo em que ele conseguisse se demonstrar mais forte e grandioso. – Voe um pouco mais alto depois de atacar, vamos tentar evitar movimentos físicos por hora. – Ser acertado por aquele Bite logo de início, e ainda por cima tendo a chance de receber outros hits mais a frente é uma péssima ideia. Teria de usar ao máximo a distância para revidar e enfim enfraquecê-lo.

Surpreendi-me com o resultado do movimento. De início eu somente queria afastar o Eevee, mas como consequência consegui enfraquecê-lo a níveis consideráveis. Agora precisava somente de sorte e muita fé ao tentar capturá-lo.

– Bom trabalho parceiro. – O elogiava como de costume quando fazia algo bom para nós. Retirava minha mochila com calma dos ombros, colocando-a a minha frente por um momento enquanto abria o zíper até a parte de cima, mais ou menos na metade. Retirei então algumas das inúmeras Poké Balls que estavam guardadas em sua forma minimizada. – Não me decepcione... – Enfim a lancei. Não era realmente bom de mira e esperava que ela acertasse Eevee sem machucá-lo muito enquanto também praticamente rezava para ela não falhar.

Alev, que ainda voava acima de nós, me encarava um pouco, esperando sereno e com cara de tédio. Definitivamente não gostava de ficar ali sem fazer nada.

Eevee então foi puxado para dentro do objeto, sendo capturado logo em seguida. Sem alguma chance de escapar, tanto de mim quando da Poké Ball.

– Isso! – Me alegrei quase que instantaneamente quando vi que havia sido um sucesso. Um Pokémon tão raro sendo apanhado de forma tão simples era até irônico. Peguei a esfera ao chão e então voltei a falar. – Bem vindo à equipe, espero que sejamos amigos. – Sorria para o monstrinho cansado e cabisbaixo dentro do visor presente na parte vermelha da Poké Ball.

Voltei-me aos meus “parceiros” após o fim de minha batalha. Não tinha o que fazer por enquanto, então esperei que algum deles encontrasse ou até mesmo fosse encontrado por algo para poder ajudar e enfim seguir em frente.

– Alev, venha. – Como de costume o chamava para perto de mim. Recolhi a mochila novamente a colocando sobre meus ombros, além de fixar minha nova aquisição em um suporte vazio do meu cinto para não perdê-lo. Então fui caminhando em pequenos passos até Twist que havia desistido de seu Eevee para que Mary pudesse capturá-lo em um ato de cavalheirismo. – Ora, parece que até mesmo uma criança pode ser tão educada hoje em dia. – Tagarelava sozinho, ainda caminhando.

Havia somente duas escolhas. Não agíamos muito em grupo então não esperava que alguém puxasse conversa outra vez para discutir aonde ir. Observei que a vegetação variava drasticamente entre um caminho ou outro, indicando que um novo “bioma” além do Bosque se formava a partir dali.

– Muito bem. – Vire-me para os demais companheiros. Alev não entendeu de início, mas tratou de vir até mim e flutuar um pouco acima de meu ombro direito. Eles não precisavam parar para me escutar nem nada, porém esperava ao menos um pouco de educação da parte deles. – Acredito que a melhor opção seja irmos ao caminho da direita, visto que poderemos encontrar alguns frutos para alimentação, como a Mary sugeriu.

A garota não aparentava gostar muito das minhas atitudes como um “líder”, mesmo que eu estivesse correto aos olhos de todos ali presentes.

– Então, vamos? – Perguntei já andando para a direção dita anteriormente, mesmo antes deles responderem. Chandelure tomava a minha frente uma vez ou outra, brincando com as árvores a nossa volta.