Alto Astral ~ Selene

Valente

A vida é cheia de surpresas, casos e acasos do destino... As vezes não percebemos, mas sempre tem uma intervenção superior nos ajudando a todo momento.

É difícil ser de uma família como a minha, de Cientistas. Eles não acreditam em nada, apenas naquilo que podem provar... Arqueólogos, construtores, médicos, psicólogos... Quem não pertence a uma classe cientifica na nossa familia é isolado, deixado de lado.

Foi isso que houve com minha tia, que se opôs a família e realizou seu sonho, se tornando uma treinadora pokémon, hoje ela vive sozinha em uma cabana no alto da MT. Coronet, minha mãe, Angélica, sempre vai á visita-la e eu sempre vou atrás. Meu pai não gosta, mas eu adoro estar junta da minha tia, ela é uma ótima contadora de historias e também uma sonhadora persistente. Com ela aprendi a nunca desistir dos meus sonhos e sempre seguir aquilo que acredito, independente de quem se opõem.

Hoje é meu aniversário, estou completando exatamente dezoito anos de vida e como é de costume da família, estarei dando inicio a minha jornada por Sinnoh, muitos iriam dizer que não é certo uma garota andando sozinha por ai, correndo o risco de ser estrupada, morta ou até assaltada, porém meus pais acreditam que uma jornada é essencial para construção da moral e da sabedoria de uma jovem, seria quase como "Uma prova de que é capaz". Bom, mesmo assim minha mãe ainda fica bastante preocupada, coisa de mãe, sabe? Então por isso ela praticamente me obrigou a levar comigo Circe, a Delphox desta, achando que ela poderia me proteger de qualquer perigo. Tá bom, acho que eu que vou proteger essa desastrada.








Quase três dias caminhando pelas rotas, sem rumo nenhum, o sol escaldante me consumia por inteira, inicio de tarde... Coisa do demônio... Circe não parecia sentir nada, já que caminhava por ai, normalmente. Ninguém na rota... Mas parecia um cemitério de tanto silêncio... Nenhum pokémon... Que jornada animada...

De quando em quando parava bem rente a um pequeno laguinho que percorria por toda rota, lá, lavava meu rosto, bebia um pouco de água e seguia em frente, na calmaria total. Até agora ainda não tenho certeza do que vou fazer, mas acho que devo continuar em frente.

Um pouco mais a frente encontrava uma arvore bem grande, estava decidida, era hora de um bom descanso. Ali mesmo tirei o esqueiro do bolso e acendi o fogo, em seguida coloquei a panela por cima e enchi parcialmente de água, logo joguei um pouco de macarrão e sal, uma bela sopa estava me esperando! Mas percebi que apenas macarrão e sal não seriam alimentos o bastante, infelizmente todas as minhas especiarias haviam acabado. Pensei um pouco, olhei para a floresta densa que percorria a esquerda da rota, sabia que diversas ervas selvagens cresciam ali, não parei para pensar uma segunda vez, levantei, chamei Circe e corri para "A selva".


Não era nada agradável, saudável ou aconselhável uma iniciante como eu entrar em um lugar tão perigoso como essa floresta. Se eu tinha medo? Talvez. Se ia desistir? Negativo. Como meus pais sempre disseram: " - Você tem que enfrentar seus medos para avançar".

Logo na entrada dava de cara com uma placa, não muito agradável. " Não se aproxime" - Escrito com letras corridas e com uma tinta bem parecida com sangue, meu medo aumentou um pouco, mas ainda não podia desistir. Tinha que ser Valente, o que todos da minha família são. Assim que atravessei a cerca de arame farpado dei de cara com um homem e uma mulher, os dois muito suspeitos, aparentemente eles não tinham me visto e continuavam a conversar, bem alto, a propósito.



- Ouça, Karine. - Disse o homem, que tinha um estilo peculiar de se vestir. - Esses pokémon são uma mina de ouro! - Logo este abriu um livro e mostrou para a garota que o acompanhava, era a foto de um pokémon.



- Eu já te disse Dómni. - Respondeu ela com a voz alterada. - Feebas dessa cor não existem seu palerma! - Gritou ela, em seguida esta pegou o livro que estava na mão de Dómni e jogou para trás. - Cresça seu idiota. - E seguiu em frente.

Depois de algum tempo espionando finalmente pude me aproximar, agarrei o livro que estava jogado no chão e comecei a folear, infelizmente estava escrito em uma língua estranha e não pude interpretar, mas fiquei a observar as gravuras. Algum tempo depois, um estranho ruído me assustou, corri e entrei em uma moita e comecei observar. Repentinamente uma estranha e fina voz ressoa no ar, me deixando mais assustada ainda.

- Ei você! - O som vinha por trás, olhei correndo e me surpreendi ao ver que o dono de tal voz era um pokémon. Sem saber o que fazer, tento me afastar mas acabo caindo sentada, encostada em uma arvore grande. Trêmula, retiro da bolsa a pokedex e uso no pokémon.


- E... Eu?  - Respondi gaguejando.

- Sim você! - Feebas me encarou e em seguida olhou para o livro. - Você quer ser uma heroína?

- Ma...Mas...Mas como eu consigo falar com você? - Confusa, me levanto e me aproximo do peixe, observando-o.

- Você não sabe? - Disse ele também confuso.

- Sabe de que? - Um pouco mais calma, passo a falar normalmente.

- Você é Medium, ué!

- Eu sou o que? - Retruquei.

- Medíum. - Feebas, que estava no lago, mergulha e vai até o fundo, de lá ele trás consigo uma especie de alga brilhosa. - Ta "veno" - Disse ele com a boca cheia dessa planta. - Essa alga é especial e só brilha quando esta perto de alguém com mediunidade, ou seja, você!

- Espera. - Me afasto vagarosamente. - Eu não posso ser isso ai, ninguém da minha família tem isso! - Exclamei. - A não ser... - Respondi curiosa.

- A não ser o que? - Feebas cospe a alga e passa a prestar atenção.

- Eu tenho uma tia que mora sozinha em uma cabana e meu pai disse que quando eles eram crianças ela vivia falando sozinha!

- Então ela não falava sozinha. Fee. - Feebas faz uma expressão de impaciência. - Mas e então, vai me ajudar ou não?

- Mas o que você quer?

- Você viu aqueles dois esquisitões que passaram aqui?

- Aqueles com roupas rasgadas?

- Esses mesmos. - Feebas entra por baixo dagua e volta. Respiração. Mas voltando ao assunto, graças a eles nossa colônia esta presa em uma caverna sub-aquática!

- Como? Explica isso direito!!

- Nós, Feebas, tínhamos uma linda colonia em um lago secreto, por baixo de uma cachoeira. Nossa líder a Purple, uma milotic, comandava nosso grupo com delicadeza, até que um dia esses dois ai apareceram, começaram a pegar nossos amigos, alguns eles comiam e outros eles guardavam em aquários. Desesperada, Purple se escondeu na caverna que fica por baixo da cachoeira e nossos irmãos foram juntos, aqueles dois começaram a mandar os pokémon dele procurarem pela gente, atacando o fundo do lago. Assim, ocorreu um desabamento e todos os meus irmãos ficaram presos!
- Mas e você?

- Eu consegui escapar, por pouco. A purple acabou prendendo a calda em meio as pedras.

- Que barbaridade... - Acabo me comovendo e aceitando o pedido de feebas. - Ok Feebas, irei te ajudar, porém não posso ficar te chamando assim...

- Por que não??

- Porque são muitos Feebas, ai acabar confundindo tudo! - Fico pensativa por um momento. [color=#cc0000]- Já sei, vai se chamar Afrodite!

- Como você sabe que sou fêmea?

Intuição.  

- Estranho. - Disse Feebas, que em seguida começou a nadar. - Vem, me segue! - Logo, começo a correr atrás do pokémon, não querendo o perder de vista.

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