Aventuras em sinnoh
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Aventuras em sinnoh
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Episódios ao momento:
1)Entrelinhas do início de uma jornada!
2)Um almoço para os filhos dos campeões!
3)O primeiro pokemon a gente nunca esquece!
4)?????????[breve!]
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Última edição por JoséFelipeDeOliveira em 4th setembro 2011, 12:39, editado 3 vez(es)
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Re: Aventuras em sinnoh
Twinleaf Town. A pequena cidade localizada no interior de Sinnoh estava lindamente iluminada com o sol radiante que penetrava entre as espessas nuvens fazendo com que a neve deixada na noite passada derretesse aos poucos. O piado de Starlys ecoava ao longe anunciando o início de mais uma bela manhã naquela simples cidade, os pequenos pássaros escondiam-se em suas tocas pelo frio que ainda fazia, enquanto Budews abrigavam-se nas moitas ainda molhadas pelo orvalho.
É nessa pacata cidade que nossa história começa. Numa pequena casa ao leste morava um casal de famosos treinadores pokémon: Walter e Melyssa. O local era pequeno e bastante confortável, revestido de uma madeira nobre, elegantemente construída. A fumaça cinzenta era exalada da chaminé, mas nada que afetasse o ar puro que podia ser sentido em cidades rurais. Tudo muito bem elaborado, uma perfeita casa para aqueles que procuram o sossego e a paz do campo. Apesar de serem pessoas famosas, ambos preferiam uma vida simples nesta humilde, mas tão amada cidade.
Melyssa Wallers era uma das coordenadoras mais famosas de Sinnoh, tendo conquistado inúmeras vezes o grande festival em sua temporada. A moça tinha longos cabelos lisos e negros, assim como seus olhos, que definiam uma personalidade forte, mas ainda assim tão delicada quanto uma flor branca na escuridão da noite. Já Walter Wallers fora considerado o grande campeão da liga oficial de Sinnoh por ter defendido seu título por quase quatro anos consecutivos, ele era amigo de todos os membros da Elite dos 4, mas com o passar dos anos seu legado chegou ao fim, dando lugar para os treinadores novos que lutaram e seguiram seus sonhos de tornarem-se Mestres Pokémon. Walter agora era marcado pela idade, ele tinha cabelos castanhos com fios grisalhos, belos olhos verdes, também usava barba, o que o deixava com um ar charmoso. Ele era calmo e paciente, completando a personalidade de sua esposa agitada de sua esposa. Era um belo casal, um completava o outro.
Mas como toda família que se preze, Walter e Melyssa também tinham filhos, que por sinal eram dois, e para completar: gêmeos. Dois garotos com a mesma idade e personalidades muito distintas, Lukas e Luke. Porém, os jovens meninos não estavam em Twinleaf no momento. Ambos moraram os últimos meses na cidade de Jubilife com os avós, preparando-se na escola de treinadores. Luke era mais velho por três minutos, tinha o sonho de se tornar um renomado treinador Pokémon e seguir os passos de campeão dque seu pai trilhara; enquanto que seu irmão Lukas queria ser um Top Coordenador como a mãe. Os dois garotos tinham talento, eram de uma família nobre e de um sangue puro, e agora iriam voltar para casa após terem completado treze anos. Além disso, iriam comemorar uma data marcante, o início de suas jornadas por Sinnoh.
— Estou ansiosa para vê-los... — suspirou Melyssa que cortava alguns legumes próximo à pia da cozinha.
A mulher cozinhava algo especial para recepcionar os filhos, a cozinha era pequena, apetrechos modestos enfeitavam as estantes cobertas de livros de receitas e ingredientes especiais. Havia uma geladeira, um fogão e uma mesa com seis cadeiras. O marido, Walter, estava sentado na mesa ajudando a esposa fatiando cuidadosamente algumas batatas.
— Depois de tantos meses sem vê-los estou com saudades... Quero ver quem cresceu mais. — comentou o homem de cabelos castanhos, sorrindo ao falar.
Puderam-se ouvir algumas batidas na porta, a mulher correu para atender. Quem batia era uma bela garotinha de longos cabelos negros que também vestia um pequeno gorro e um cachecol pelo frio que fazia.
— Olá, senhorita Wallers. Meu nome é Dawn Manson. — disse a garota com um sorriso meigo — Sou assistente do Professor Rowan, da cidade de Sandgem.
— Oh, olá querida! — disse a mulher, surpresa ao ver alguém vindo de Sandgem — Por favor, entre!
A menina entrou educadamente tirando os sapatos, a bicicleta permaneceu encostada em frente ao jardim da casa. Ela sentou-se em um aconchegante sofá, acompanhada de Melyssa.
— Então, a que devo a visita de uma das assistentes do Professor Rowan? — perguntou Melyssa.
Dawn fez uma cara de desapontamento por um instante, o que deixou Melyssa confusa.
— Querida, quem era? — perguntou o esposo, indo até a sala.
— Sr. Wallers. — disse a garota levantando-se do sofá — Eu sou a Dawn.
Walter sorriu e cumprimentou-a, logo todos estavam na sala, mas havia um clima estranho. Dawn hesitava em falar algo, o que deixava Walter e Melyssa angustiados.
— Quer dizer-nos algo, querida? — perguntou Melyssa, com o intuito de acabar com aquilo.
— Alguma mensagem do Dr. Rowan? — indagou Walter.
— Err... — hesitou a garota novamente.
Dawn estava nervosa, ela tinha uma notícia e não era das melhores.
— São sobre os pokémons de seus filhos... — disse a garota olhando para o chão, tentando evitar os olhares das pessoas a sua frente.
— Aconteceu algo...? — perguntou Melyssa surpresa.
— Pra falar a verdade, sim... — respondeu Dawn, hesitando antes de falar cada palavra.
— Dawn... O que houve? — perguntou Walter.
— Vocês sabem... Estamos no auge da temporada de iniciantes. Ultimamente, muitos treinadores estão partindo em jornadas... — contou Dawn.
— Claro. — assentiu Melyssa — Todos tem grandes sonhos relacionados a pokémons. Até mesmo nossos filhos começarão suas jornadas esse ano.
— O que aconteceu foi... — continuou Dawn.
O suspense rodeou a sala. Walter e Melyssa a encaravam pois sabia que a garota não teria uma notícia muito boa. Em seus olhares era evidente a ansiedade, o nervosismo... Eles pareciam confusos.
— ...Sinto muito... — anunciou Dawn — Mas o Professor Rowan já não tem mais pokémons iniciais a oferecer.
Depois do desabafo da péssima notícia de Dawn, Melyssa arregolou os olhos e abriu sua boca em sinal de desgosto. Dawn os observava cautelosa. Um dos casais mais famosos de Sinnoh havia sido decepcionado, e a garota era a culpada no momento.
— NÃO! — disse Melyssa angustiada.
— Si-sinto muito! — choramingava Dawn.
A mulher andava de um lado para outro com as mãos na cabeça, o marido a observava calmamente.
— O que iremos fazer?! — interrogou Melyssa decepcionada.
— Não perca a paciência querida, tudo vai dar certo. — retrucou o esposo tentando manter a calma.
— Err... Então o recado está dado... Agora posso ir embora! — disse Dawn, saindo da casa vagarosamente.
— Espere aí mocinha!! — gritou Melyssa.
A garota parou pasma antes da porta e virou-se medonha, os olhos da Sra.Wallers estavam em chamas.
— Querida, tenha calma. A garota só veio anunciar essa notícia. — disse Walter — Tenho uma idéia. Você, garotinha, ficará e cuidará do almoço.
Walter apressou-se e pegou algumas pokébolas com marcas vibrantes dentro de uma gaveta na estante, ele estava apressado, logo agarrou a mão da esposa e correu para fora de casa, enquanto que Dawn continuava confusa ao lado da porta.
— Eu não sei cozinhar! — rebatia Dawn sem receber atenção.
— Nós iremos viajar por Sinnoh! Não se preocupe, pois não demoraremos muito! — disse Walter sacando uma pokébola e a arremessando-a. — Vai, Tropius!
Ao abrir, um raio branco foi desferido no ar, aos poucos tomou a forma de um fabuloso Tropius. Suas asas lembravam as folhas de bananeiras que balançavam com o vento, era um enorme dinossauro coberto de uma armadura de plantas. Embaixo de sua cabeça, bananas maduras exalavam um doce aroma no ar, aquelas que crescem apenas duas vezes ao ano, extremamente raras e saborosas.
— Wahhh! — gritou Dawn assustada ao deparar-se com uma criatura tão grande e rara no continente de Sinnoh.
— Viajar? — perguntava a esposa.
— Sim, mas será algo rápido. Sairemos à procura de bons Pokémon para nossos filhos! Conheço lugares fantásticos e pretendo capturar algo que os agradem. — explicou o marido.
— E eu?! — choramingava Dawn.
O casal subiu nas costas do Tropius sem dar atenção à pequena garota que parecia espantada. O pokémon levantou vôo abrindo suas grandes asas e com enormes rajadas de vento, alçou vôo.
— Nem pense em sair daí sem completar o almoço especial! — disse Melyssa acenando e rindo.
— O quê?! — dizia Dawn choramingando em indignação.
— Receba nossos filhos e invente uma boa história! Se você fizer algo errado, vai se arrepender para sempre mocinha!! — brincou a mulher — Sei que fará um bom trabalho Dawn!
— Aaaaaaaw... — Dawn não sabia o que falar.
— Até mais, querida! — despediu-se Walter.
Logo, o casal desapareceu acompanhado do grandioso Tropius, deixando Dawn sozinha na casa de pessoas que ela nunca tinha visto na vida. Por um lado havia sido um grande erro deixar um desconhecido tomar conta de sua casa, mas para a mente inocente de Dawn ela deveria fazer de tudo para agradar o casal, uma vez que eles eram muito famosos e a garota não gostaria de decepcioná-los em seu primeiro encontro.
— Ahhh... O que eu vou fazer? — pensava Dawn consigo mesmo enquanto entrava na casa.
A garota carregava uma bolsa e de dentro dela, um flash emanou colocando um belo Piplup para fora. Era o pequeno e inseparável parceiro de Dawn.
— Plup? — piou o Pokémon olhando para toda a casa, um pouco assustado.
— Piplup? Como você saiu? — perguntou Dawn.
— Pluuup! — piava o pokémon contente.
— Deixa pra lá...
A garota se jogou no sofá e encarou o teto por um tempo. Dawn não queria experimentar a fúria de Melyssa, mas isso não mudava o fato de que ela não sabia cozinhar. Ao seu lado estava Piplup, tentando consolar a amiga.
— E agora? O que eu vou fazer? — perguntava Dawn, para si própria. Ela não sabia se ria ou se estava indignada com o ocorrido. Mas no momento, ela somente precisava preocupar-se em aprender a cozinhar em uma hora.
Enquanto isso, os irmãos Lukas e Luke pedalavam ansiosos pela estrada rumo à Twinleaf. O vento corria entre as árvores da rota 202, mas a ansiedade pare rever os pais era maior que o vento congelante que rodeava Sinnoh nos últimos tempos.
— Ansioso Lukas? — perguntava Luke, indo a frente.
— Não muito... — respondeu o irmão calmamente.
— Eu estou cara! Quero escolher logo meu Turtwig e mostrar pro mundo que eu sou o melhor! E é claro, rever nossos pais, né... — revelou Luke, ofegante de tanto pedalar.
Os garotos iam rápido em suas bicicletas ansiosos para chegarem em casa, ver seus pais, descansarem, e depois partirem rumo a centenas de aventuras por toda Sinnoh.
Luke e Lukas corriam rumo a Twinleaf, Dawn lutava ao lado de Piplup para ler um livro de receitas e fazer um bom prato... Melyssa e Walter voavam por Sinnoh em busca de bons pokémons para os filhos...
Parece que uma nova aventura está prestes a se formar... Lukas e Luke... Como será que esses garotos começarão suas jornadas sem pokémons iniciais disponíveis? Muita coisa irá revelando-se aos poucos, mas a pergunta na boca de todos é bem simples... Quais pokémons Walter e Melyssa conseguirão capturar para seus filhos? E Dawn? Conseguirá fazer o almoço e não decepcionar a furiosa mãe, Melyssa? Tudo isso e muito mais, nos próximos capítulos!
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Re: Aventuras em sinnoh
Dawn parecia eufórica procurando por livros que pudessem ajudá-la a preparar um bom prato para o almoço, mas não estava com muita sorte.
— Não é possível, não deve ser tão difícil cozinhar alguma coisa... Sempre vejo o professor cozinhando com tanta facilidade. — comentou Dawn, conversando com seu Piplup. Ela olhava os livros procurando algo que pudesse ser fácil, e ao mesmo tempo saboroso. Na mesa repousava um pequeno livro vermelho de receitas que aparentemente estava sendo usada por Melyssa há pouco tempo atrás.
— Olhe só Piplup, o que acha de "Batatas Gratinadas"? Vai ser este mesmo! — disse Dawn com um sorriso.
A garota aproximou-se do fogão e começou o desafio de tentar ligar o equipamento, ela apertava os botões, mas nada ocorria, o que a obrigou a procurar algum livro que explicasse passo a passo como ligar um simples fogão. Seu pequeno pokémon aproximou-se de uma caixa que continha palitos de fósforos, e na sequência apontou para o fogão, Dawn percebera a tentativa do pokémon em ajudá-lo e logo seguiu seu conselho. Ela acendeu um dos palitos e assim que uma das bocas do fogão ligou com o fogo, ela abriu um grande sorriso.
— Conseguimos passar da primeira fase Piplup!! Agora onde será que eu posso deixar o fogo mais forte? — perguntou a garota, apagando o fogão sem querer na sequência — Opa... Vamos voltar do começo então...
Passado mais algum tempo ela já havia adquirido experiência em ligar o equipamento, a garota pegou o pequeno livro de receitas e então começou os devidos passos para a preparação do prato.
— “Unte um refratário com margarina...” O quê é um Refratário? Bom, vai essa panela estranha mesmo... "Em seguida corte as batatas em fatias..." “Disponha as fatias de batatas cozidas no refratário...” “Tempere o leite com o sal, pimenta, noz moscada e alecrim...” — suspirou Dawn, olhando para seu Piplup que agora a encarava sério — Onde vou achar essas coisas? — disse Dawn, observando um pequeno pote de vidro em uma das estantes — Hum, talvez esse potinho seja de sal...
— P-Pipluuuuuup!!! — gritou o pokémon.
— Não se preocupe Piplup, não vou colocar muito sal, eu sei o que estou fazendo. — disse Dawn colocando cinco colheres de açúcar nas batatas.
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Enquanto Dawn criava pratos “exóticos” para o almoço, Lukas e Luke passavam logo ao lado do misterioso Lake Verity. Os irmãos pararam suas bicicletas ao lado do lago e encararam a entrado do local por um momento, faziam várias anos que eles não iam àquele lago.
— Ei Lukas, se liga só! É aquele lago que costumávamos brincar quando éramos pequenos. — disse Luke, parando sua bicicleta próximo a uma árvore.
— É mesmo! Faz tanto tempo que não passamos por aqui. Vamos dar uma paradinha, não agüento mais pedalar. — respondeu o irmão um pouco cansado.
O Lago era um lugar extremamente belo, ainda mais agora coberto pela neve. Suas águas não podiam ser congeladas, e era possível ver o fundo. acompanhado da grande quantidade de criaturas que o habitavam. Goldeens balançavam suas caldas em movimentos suaves, e uma vez ou outra, um grande Seaking dava as caras, surgindo como um rei com toda sua pompa.
As árvores balançavam fracamente com a brisa gerada pelo vento, pinheiros cortavam o céu com seus longos galhos, e o chão era inteiramente coberto por várias pinhas. Aquele lugar era tão pacífico e místico que fazia as pessoas esquecerem de seus problemas. Os irmãos deram uma rápida pausa para ver como o lago estava, pois faziam anos que não passavam por lá. Eles passaram pelas alamedas que davam entrada para o lago e encontraram-no exatamente como era há muitos anos.
— Olhe só! Esse lago parecia tão grande quando éramos pequenos. — riu Lukas, olhando para as águas e lembrando-se de sua infância.
— Você que não cresceu, pivete. — brincou Luke.
— Somos do mesmo tamanho, não adianta tentar parecer melhor do que eu. — rebateu o irmão, dando início a uma discussão que foi interrompida no momento que os dois se deram conta da presença de um estranho homem. Ele observava uma caverna misteriosa que jazia no meio do lago, ele era muito alto e com músculos bem definidos, tinha cabelos azuis e um rosto marcado pelo tempo, mas com traços fortes, de quem já havia visto muita coisa nesse grande mundo. Ele vestia um elegante uniforme e mais parecia um soldado militar.
— Quem é esse cara? — perguntou Luke silenciosamente.
— Não sei, não lembro-me de seu rosto aqui na cidade... Parece que ele está falando algo... —respondeu Lukas na tentativa de ouvir o quê aquele estranho dizia.
O homem virou-se e foi em direção dos dois irmãos que ficaram observando-o.
— Peço-lhes licença... — disse o homem com sua voz grave.
Os dois garotos abriram espaço, permitindo que o homem passasse.
— Que homem estranho... — comentou Lukas tentando entender o motivo de aquele homem estar lá.
— Ah, deixa quieto cara, quero ver se minha marca na árvore dos Starlys ainda tá lá! — disse Luke correndo.
— Não antes de mim! — falou o irmão correndo a frente.
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— "Espalhe pedacinhos de margarina sobre as batatas..." "Polvilhe queijo ralado e coloque no forno, até ficarem douradas..." Sim, já fizemos tudo isso, mas... Será que era para as batatas ficarem tão pretas...? Hum, deve ser pra dar um gosto melhor... — disse Dawn satisfeita com o que tinha feito.
— Pip... Lup... — respondeu Piplup em gesto de decepção.
— Piplup, acho que vou deixar as batatas no forno e sair... Já acabei o almoço então acho que não haverá problemas se eu ir embora. Vou sair antes que eles voltem. Eu não imaginava que eles fossem tão estranhos, aposto que seus filhos não devem ser nada diferentes... — disse Dawn saindo da casa e pegando sua bicicleta.
Dawn e Piplup estavam a caminho de Sandgem com sua bicicleta deixando aos poucos a cidade de Twinleaf para trás. Pouco a pouco, a casa dos Wallers ia desaparecendo de vista, deixando somente a fraca fumaça cinza que era exalada da chaminé. Quando de repente, Dawn colocou a mão em seu bolso e notou a falta de alguma coisa.
— Essa não, Piplup! Minha pokéagenda sumiu!! Será que eu deixei ela na casa? — disse Dawn preocupada, virando-se e encontrando uma placa que indicava: Lake Verity. — De repente ela caiu próximo ao lago quando fomos procurar os pokémons para o Professor! Ele vai ficar irado se não a encontrarmos, vamos aqui primeiro, está mais perto.
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Lukas e Luke corriam olhando tudo exatamente como era, a floresta parecia ter ficado parada no tempo enquanto os anos passavam. Luke olhou para frente e se deparou com um grande pinheiro muito antigo, talvez mais antigo do que a própria vila, uma gigantesca árvore que guardava lembranças para muitas pessoas especialmente aqueles dois jovens que agora a encarava. Luke andou em direção do pinheiro quando percebeu que havia pisado em algo e rapidamente levantou o pé para ver o que havia atingido.
— Argh! Pisei em alguma coisa que não podia... — disse Luke ao ouvir algo trincar debaixo de seus pés — Ah, pensei que fosse alguma coisa importante... Olha só! Parece um... Celular. — disse Luke levantando um estranho objeto enquanto ria.
— Não é um celular, era uma pokéagenda! E você quebrou o aparelho!! Parecia novinho... E se o dono vier buscar?? — disse Lukas preocupado — Você deve prestar mais atenção por onde anda, Luke!
— Deixe isso aí! — riu o garoto— Ninguém vai perceber.
— Seu desastrado... — disse Lukas largando o objeto — Se o dono vier buscar vou falar que foi você...
Luke andou até o pinheiro e começou a checá-lo.
— Ahá!! Aqui, o buraco feito pelos Starlys! Será que minhas “pedras raras” ainda estão aqui? — disse Luke animado, colocando a mão dentro do buraco no tronco, mas antes que o jovem pudesse olhar melhor um bando de Starlys saíram e começaram a atacá-lo.
Eram milhares de aves dominadas pela raiva, e o pior, Starlys andam em bandos. Quase não podem ser notados quando sozinhos, e apesar de pequenos, batiam suas asas com muita força e bicavam com raiva.
— Auugh!! Lukas, ajuda aí carai!! — disse Luke, gritando com o irmão.
— Huh?! Mas fazer o que Meu Arceus?? — gritava Lukas desesperado.
Dawn estava chegando lentamente no lago quando pôde ouvir os gritos dos irmãos.
— Piplup, você está ouvindo isso? Alguém está em perigo! Temos que ajudar! — disse ela, rapidamente entrando nas alamedas do lago.
Ao aproximar-se do local ela pôde ver os irmãos gêmeos lutando consigo próprios em vez de se unirem e fugirem dos Starlys. Os dois pareciam confusos e certamente não sabiam agir em equipe.
— Lukas!! Faça alguma coisa sem ser bater em minha cabeça!! — gritava Luke tentando espantar os Starlys.
— O que quer que eu faça?! O que quer que faça? — dizia Lukas tentando acalmar o irmão.
— Piplup! Utilize o Bubble e espante esses Starlys! — ordenou Dawn. Na sequência, o pokémon lançou rápidas bolhas que atordoaram os Starlys espantando-os.
— Ei! Vocês estão bem?... ‘crack’ — dizia Dawn correndo em direção a Luke que estava caído no chão, até perceber que também pisara em algo — Minha... Minha Pokéagenda!!! — gritou ela pensando que havia destruído o aparelho.
Lukas aproximou-se do irmão e ajudou-o a levantar.
— Ei Luke, olha, eu disse que o dono iria voltar e buscar. Conte para ela que você que quebrou o aparelho.
— ‘Cê tá louco? Ela vai ficar mó brava! Só vou agradecer... — disse Luke andando em direção de Dawn que estava caída no chão com os destroços de sua pokéagenda — Ow, valeu por nos ajudar a espantar os passarinhos...
— Seja educado! — continuou Lukas dando uma fraca cotovelada no irmão.
— Ah... Hum... Eu sou Luke, esse aqui é o Lukas. Será que você, não gostaria de almoçar em nossa casa? Meu pai pode te ajudar a consertar essa bagaça...
Dawn olhou para Luke e enxugou os olhos. Ela não podia voltar para o laboratório com a pokéagenda quebrada e então decidiu aceitar o convite dos garotos.
— Hum, não foi nada... Vocês não sabem que não podem ir para a grama alta sem pokémons? É perigoso. — disse Dawn um pouco recuperada.
— Ah... P-perdoe os p-problemas que causamos. — gaguejou Lukas.
— Heh... Não precisa ficar sem graça, vocês não fizeram nada de errado. — riu a garota.
— Liga não, ele não consegue falar direito com mulher. Fica trocando e repetindo palavras, é mó engraçado. — contou Luke.
— Ah! Obrigado por acabar com a minha reputação Luke, agora estou tão sem graça que nem sei mais o que falar... — disse Lukas corado.
— Heh, heh! Não tem problemas, é normal para garotos da sua idade não saberem como lidar com garotas. Eu até acho isso uma graça. — disse Dawn, deixando Lukas ainda mais vermelho.
— Quantos anos você tem? — perguntou Luke.
— Tenho quinze. Mas também não entendo muito essas coisas de meninos e meninas, nunca fui muito de sair de casa, e não conheço muitas pessoas de fora. — explicou a garota.
— P-Perdoe o alvoroço que causamos, não vai acontecer de novo. Meu irmão só queria pegar os “artefatos” dele, então acabou assustando os Starlys. — desculpou-se Lukas.
— Ei! São mais que artefatos cara!! São fósseis pokémon ainda não descobertos! Um dia vou me tornar um poderoso treinador com vários pokémons ancestrais! — respondeu Luke, pegando pequenas pedrinhas com desenhos no buraco da árvore e guardando-as na mochila — Elas tem um valor emocional muito grande pra mim, tá ligado pivete?
— Pivete? Mas vocês não são gêmeos? — perguntou Dawn, reparando na extrema semelhança entre ambos.
— Sou três minutos mais velho que ele, e isso me dá poder. — riu Luke.
— Acho que esses três minutos te deram uma mente um pouco retardada. — murmurou Lukas.
— O que disse pivete?! — perguntou o irmão alterado.
— Esquece, Esquece... — respondeu Lukas sem dar atenção.
— Heh, heh... Vocês dois são engraçados! — riu a garota.
Os três nem andavam em suas bicicletas enquanto faziam o caminho de volta para casa, eles conversavam calmamente, evitando a grama alta para não se encontrarem com Bidoofs ou mais Starlys, e em pouco tempo já haviam chegado à Twinleaf. Dawn parecia preocupada ao perceber que acabou voltando para próximo da casa dos Wallers, o que a obrigou a interromper a caminhada para que pudesse voltar para sua casa em Sandgem.
— O que houve Dawn? Você parece nervosa... — comentou Lukas.
A garota sempre mantinha os olhos no chão. Ela ainda estava preocupada com o almoço deixado na casa dos Wallers, e nem imaginava que estava com os filhos deles.
— Não é nada, mas será que não podíamos passar um pouco mais longe daquela casa?
— Mas aquela é nossa casa... — riu Lukas.
Dawn parecia petrificada, seria o destino ou simplesmente o azar? Ela havia se encontrado com os próprios filhos de Walter e Melyssa, e agora precisava sair de lá imediatamente.
— Sério?? Nossa, que estranho, tenho que ir!! Que pena, lembrei de um compromisso! Vou ter que ir agora MESMO! — disse Dawn suando frio.
Porém, antes que a garota pudesse sair, o sol fora tampado. Um grande Tropius surgia, eram Walter e Melyssa voltando. A criatura fez um pouso triunfal, Walter descia como um verdadeiro campeão ao lado de sua esposa. Mas toda essa magia foi quebrada quando Melyssa avistou seus filhos e pulou em seus braços.
— Luke!! Lukas!! Como vocês cresceram!! Estão tão bonitos!! A batian* cuidou de vocês? Como foram de viagem?? Luke você está machucado! Lukas você está lindo!! O que aconteceu? Digam-me tudo! — dizia a mãe super animada.
— Deixe-me vê-los também Melyssa! Como vocês estão fortes! Estão prontos para capturar pokémons, filhos?
— Aaaaaaaah!!! — gritava Dawn desesperada enquanto corria de um lado para outro.
— Dawn! Que bom que fez uma recepção! Você até mesmo foi receber nossos filhos antes de chegarem! — disse Walter contente.
— Dawn, você conhece nossos pais? — perguntou Luke.
— Err... Digamos que sim... — disse a garota acalmando-se.
— Vamos entrar! — convidou Mellysa — Dawn fez um almoço fabuloso!
— F-Fabuloso? — murmurou ela.
— EBA! — gritaram Lukas e Luke juntos.
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Todos sentaram-se em seus devidos lugares. O prato de Dawn estava servido no centro da mesa em que havia um prato branco com um contraste exacerbado criado pelas batatas, levemente torradas. Todos olhavam de canto para o prato, Dawn olhava para baixo forçando um sorriso sem graça.
— Desculpem... — murmurou Dawn. Seus olhos estavam úmidos, a garota se continha para não deixar que lágrimas escorressem. Lukas e Luke então comeram um pedaço, mas a cara que Luke fizera fora péssima.
— Argh! Isso tá hórriv... — gritou Luke, mas o irmão foi interrompido por mais uma cotovelado do irmão — Ai, por quê 'cê me cutucou mano?!
— Seja educado! Ela é uma dama, não diga isso da comida dela. — cochichou Lukas — Err... Está bom Dawn, parece marrom glacê. — sorriu o garoto.
— Marrom glacê? — perguntou Dawn, não fazendo idéia do erro que cometera trocando sal por açúcar — Mas...
— Realmente, está muito bom... — comentouWalter com um sorriso, não querendo magoar a menina.
— Bom trabalho, Dawn! — parabenizou Melyssa.
Somente Luke olhava contrariado, ele não entendia o porquê de todos fazerem aquilo, mas por algum motivo sentiu que deveria fazer o mesmo.
— É... Não está tão ruim... — falou Luke com um sorriso forçado.
Todos riram e Dawn enxugou as lágrimas estampando um lindo sorriso na seqüência enquanto eles gargalhavam sobre a longa mesa. O resto do dia passou rápido, todos alternavam entre assuntos sobre pokémons e conversas paralelas. Dawn contava sobre suas experiências ao lado do renomado professor Rowan, enquanto Lukas e Luke brigavam para ver quem contava mais glórias... Melyssa e Walter escutavam atentos todas as histórias de seus filhos.
O sol ia descendo, deixando o céu com um tom laranja intenso. Os Starlys já voavam de volta para seus ninhos e Bidoofs corriam para suas tocas. O dia ia se encerrando, e a visita de Dawn também.
— Foi ótimo almoçar com vocês! Obrigado senhor e senhora Wallers! — dizia a garota tomando a cela da bicicleta.
— Seja sempre bem vinda, mocinha! — falava Walter acenando contente.
— Heh... Foi um almoço digamos que... doce! — riu Melyssa.
— Até mais Dawn! E obrigado por tudo! — falou Lukas seguido do irmão.
— E desculpem-me por tudo. Foi um grande prazer estar com vocês!
Dawn então deu o último aceno e partiu rumo a sua casa em Sandgem, mas antes ela deu uma paradinha e gritou:
— Não se esqueçam de passar no laboratório para pegarem suas pokéagendas! — gritou ela tornando a pedalar. Lukas e Luke sorriram lembrando que o dia seguinte seria o grande dia.
— Vamos pegar nossos primeiros pokémons Luke! — falou Lukas contente.
Os pais ficaram meio sem graça, mas juntaram as mãos e se entreolharam contentes. Eles sabiam que tinham capturado os pokémons certos para seus filhos. A família então entrou. Lukas e Luke continuavam a contar detalhadamente tudo que aconteceu durante o período na escola. Luke continuou reclamando do almoço de Dawn e de como já não gostara daquela menina, enquanto Lukas teimava em dizer que o almoço estava bom.
A noite caiu silenciosa. As estrelas brilhavam como se soubessem o futuro dos pequenos heróis, mas o céu estava um pouco nublado graças ao frio que fizera o dia todo, a lua iluminava tudo intensamente, podia-se ver as sombras dos Murkrows, que se moviam-se rapidamente, e ora ou outra, um penetrante olhar surgia entre a escuridão.
Os corvos voavam ao longe fazendo sombra a luz da grande lua. O vento soprava fraco dando ouvidos aos sussurros que apenas a noite nos trás fazendo os galhos das árvores balançarem. Era noite em Twinleaf Town. Somente mais uma noite de tempos estranhos que vinham rondando Sinnoh nos últimos meses...
— O sonho de se tornar um mestre Pokémon começa amanhã cara... — murmurou Luke deitado na cama de cima do beliche.
— Top Coordenador... É isso que eu vou ser! — cochichava Lukas para si próprio.
Walter e Melyssa observavam cautelosos pela brecha deixada na porta, o casal permanecia abraçado observando os filhos dormindo.
— Como cresceram... — comentou Walter.
— Estão bonitos como você... — respondeu Melyssa. Walter riu, mas voltou a ficar sério por um momento.
— Só me pergunto se fizemos a escolha certa... — comentou o homem ao tirar uma pokébola do bolso, ele olhava intrigado para ela. Melyssa tirou outra pokébola de dentro do bolso de seu avental. Ambos olhavam expressivamente preocupados para as cápsulas que no dia seguinte, já não seriam mais deles. A dúvida tomava sua mente: Teriam eles feito a escolha certa?
Lukas e Luke, as personalidades distintas começaram a ser reveladas. Com o cair da noite o início de suas jornadas está bem próximo, exatamente a um amanhecer de distância... E no fim de tudo Dawn acabou por não decepcionar a todos com seu almoço. Um novo amanhecer trará muitas inovações... Uma nova aventura... Novos treinadores e novos rumos... Uma nova busca pelo sonho de cada um.
Glossário*:
*Batian: Vovó, em Japonês.
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Data de inscrição : 29/08/2011
Re: Aventuras em sinnoh
O vento corria frio durante a noite. Twinleaf estava mais calma do que nunca... Os irmãos dormiam encolhidos e embrulhados na tentativa de driblar o frio exacerbado que rondava o continente nos últimos tempos. Mas eles já não estavam em Sinnoh... Ambos haviam viajado para o mundo dos sonhos, um lugar onde tudo pode acontecer...
— Onde estou? — perguntava Luke.
O garoto estava entre árvores, num lugar bem familiar. Seu reflexo transparecia nas águas límpidas de um lago. Uma densa névoa tomava conta do lugar deixando-o difícil de reconhecer.
— É o Lake Verity! — exclamou Lukas que também estava ali.
Luke virou-se confuso para ver o irmão e fez um sinal de desgosto ao perceber a presença do irmão em seu sonho.
— Nem nos meus sonhos você me deixa em paz cara? O que tá fazendo aqui mano?
— Seu sonho? Eu que pergunto o que você faz aqui! — rebateu o irmão.
A discussão foi desfeita quando ouviram algo às margens. Era um homem de cabelos azulados, e estava de costas para os irmãos,
— Não é aquele cara que vimos no lago? — perguntou Luke.
— Sim, é ele! — afirmou Lukas.
O homem parecia dizer algo, e dessa vez, Lukas e Luke puderam ouvir as palavras:
— O tempo flui... O espaço em expansão... Farei tudo o meu um dia... Cyrus é o meu nome. Lembre-se... Até então, durma enquanto você pode, Pokémon lendário do leito do lago... — sussurrou o homem, virando-se para os garotos.
Luke e Lukas se assustaram. O homem carregava um semblante alternado entre tristeza e indignação. Ele caminhou até os irmãos, que deram passadas assustadas para trás parando logo em frente de ambos.
— Com licença... Deixe-me passar...
Os garotos abriram alas, e o homem passou. Depois de desaparecer nas alamedas do lago, Lukas e Luke se entreolharam desconfiados.
— Cyrus? O nome dele é Cyrus? — perguntou Luke.
— Foi o que ele disse... — falou Lukas — Mas o que ele quis dizer com Lendário Pokémon do lago?
A água que permanecia imóvel às margens se moveu calmamente, algo parecia surgir lentamente sob as águas, mas devido a névoa era impossível de decifrar o que era. Eles apenas tinham certeza que tratava-se de um Pokémon que lembrava uma fada e flutuava com suavidade. Seus olhos brilhavam como se também estivesse curioso para saber o quê o observava. Era possível ver que possuía duas caudas e nelas brilhavam duas lindas pedras, mas aquela que estava em sua testa exalava uma beleza incomparável. Parecia vermelha, como um rubi lapidado por deuses, ou uma Ametista levando-os à alta da consciência. Algo podia ser sentido enquanto os irmãos observavam a criatura, eles pareciam sentir tristeza e dor, mas mesmo assim uma enorme alegria. Era Mesprit, a essência da emoção.
— Esse é o lendário... — dizia Luke boquiaberto.
— ...Pokémon do Lago? — completou Lukas.
— Mes...Priiit! — grunhiu o Pokémon.
Tudo então ficou escuro... Os dois já não estavam mais lá. A escuridão também se dissipava dando lugar a uma fraca luz. Os garotos despertavam devagar quando se deram conta da luz fraca do sol que penetrava entre as percianas do quarto, o frio foi amenizado, e eles se levantaram eufóricos lembrando de tudo que os esperava.
— É hoje! — gritaram os dois juntos.
— Não vejo a hora de pegar meu Chimchar! — exclamou Lukas pulando da cama.
— O Turtwig é meu! — gritou Luke.
Enquanto isso, Walter e Melyssa aguardavam no andar de baixo. Ambos sentados a mesa, com o queixo depositado nas mãos. Suas faces expressavam preocupação.
— Tenho medo de decepcioná-los... — dizia a mãe.
— Nem me fale... — disse o pai.
As pokébolas permaneciam no centro da mesa. Só Walter e Melyssa sabiam os pokémons que ali estavam depositados. Porém não eram pokébolas normais, uma delas carregava listras de diversos tons de verde, conhecida como Nest Ball, já a outra era escura como a noite e tinha detalhes vermelhos com partes verde escuros e melhor trabalhados, esta era a Dusk Ball.
Luke e o irmão trocaram seus pijamas por suas roupas de jornada. Lukas vestiu uma camiseta branca, com um colete preto e sem mangas por cima. Ele usava uma calça jeans e sapatos vermelhos, que eram presentes de seu amado avô em Jubilife. Por último, rodeou um cachecol vermelho no pescoço e posicionou sua boina sobre o cabelo negro.
Luke preferiu uma camisa vermelha, coberta por um elegante casaco azul feito de um tecido de ótima qualidade. Suas calças eram escuras e seus sapatos azulados, um pouco gastos pelo tempo, mas que ainda ficavam bonito em seu corpo. Ele colocou uma boina semelhante a do irmão, porém mais escura, era uma marca de ambos. E por fim, deu um nó no pescoço com um cachecol branco costurado pela avó com tanto carinho, um pouco surrado, pelo fato de Luke sempre estar se metendo em confusões
Eles se olharam no espelho por um instante e se entreolharam.
— Boa sorte Luke... — falou Lukas com um sorriso — Sei que se tornará o melhor treinador Pokémon de Sinnoh!
— Valeu maninho... — agradeceu Luke com um raro sorriso — Vou estar ao seu lado quando você se tornar um Top Coordenador!
— Obrigado... Mas não me chama de maninho, temos a mesma idade!
— Nem. Sou três minutos mais velho! — brincou ele.
— Só três minutos... O que não significa nada... — Lukas riu e na sequência olhou por um momento para o espelho lembrando-se de algo, retornando a falar. — Nossa, tive um sonho tão estranho essa noite.
— Sério? — indagou o irmão assustado. — Você também teve um sonho?
— Sim, no Lake Verity, vimos o homem de ontem que estava no lago, e um Pokémon que eu nunca havia visto antes. — explicou Lukas, ajeitando sua boina no espelho.
— Não pode ser... O mesmo sonho que tive... — comentou Luke, sendo interrompido por sua mãe que os chamava incansavelmente para descerem.
— Crianças! Não vão descer? — gritou a mãe.
Os garotos se olhavam intrigados, mas desceram as escadas para o encontro da mãe. Nem passava por suas cabeças a surpresa que teriam. Ou talvez... Uma grande decepção.
Os dois chegaram à cozinha e sentaram-se. Os pais ainda expressavam preocupação. Luke devorara o café com pressa. Haviam pães que haviam acabado de sair de forno, manteiga, queijo, mortadelas, leite, iogurtes... Uma mesa muito bem decorada, afinal, seria uma das poucas vezes que os pais estariam tomando café junto aos filhos. Sem contar um pequeno prato embrulhado em um canto remoto da cozinha: O lendário prato das batatas gratinadas queimadas.
— Pra quê tanta pressa? — perguntou a mãe com um sorriso enquanto passava a mão nos cabelos negros de Lukas.
— Se chegarmos tarde a Sandgem, não poderemos escolher nossos pokémons! — retrucou Luke de boca cheia.
— Não poderia terminar de comer antes de falar? Você é muito sem educação. — riu Lukas em um tom irônico.
— Não me enche! — retrucou o irmão abocanhando um sanduíche inteiro.
Alguns minutos se passaram e o café da manhã havia terminado. Todos ainda estavam na mesa quando Lukas olhou para o centro e percebeu as duas pokébolas que chamavam muita atenção por seu design diferente.
— São suas? Elas possuem uns desenhos bem legais. — perguntou o filho para o pai.
O momento havia chegado... Walter e Melyssa se levantaram e observavam o nada por um momento. Assim como Dawn havia hesitado, eles hesitavam antes de dar a notícia para os filhos... Mas não havia mais nada a se fazer.
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Dawn descansava em sua casa, em Sandgem. A garota permanecia deitada na cama com uma doce camisola vermelha em branca, apoiando a nuca na palma das mãos. O pinguinzinho azul, Piplup, estava deitado ao seu lado.
— Será que eles já entregaram os pokémons?
— Plup..pi-plup... — piou o Pokémon.
— Só espero que não fiquem chateados... Queria ser uma Butterfree para voar até lá e observar tudo... Mas não posso fazer nada... Tenho certeza que o senhor e a senhora Wallers capturaram pokémons fantásticos!
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— O quê?!!! — exclamaram os irmãos juntos.
— Sentimos muito, queridos... — desculpou-se a mãe.
A noticia havia sido dada. Luke e Lukas pareciam não acreditar, seus olhos e bocas estavam arregalados, mas os pais estavam ainda mais tristes pela decepção dos filhos.
— Quer dizer que ficaremos sem pokémons?! — perguntou Luke furioso.
— Não é bem assim... — respondeu o pai.
— O que faremos então? — perguntou Lukas mais calmo, porém ainda assim chateado — Todos meus amigos vão começar suas jornadas, como vou encará-los quando eles souberem que não tenho Pokémon?
O pai arremessou as pokébolas para os filhos que pegaram com um rápido reflexo, eles observaram cautelosos sem entender nada.
— São seus pokémons — explicou a mãe.
— Nossos...? Pokémons...? — murmurou Lukas.
— Eu e seu pai recebemos a noticia de que o Professor Rowan não teria mais pokémons para entregar a iniciantes...
— Então não tivemos outra alternativa, a não ser capturar pokémons para entregar a vocês...Viajamos por Sinnoh em busca de bons pokémons... Só não queríamos deixar vocês tristes...
— Então estamos aqui, entregando seus pokémons iniciais. — sorriu a mãe.
Lukas e Luke se entreolharam e riram. Os dois correram e abraçaram seus pais. Walter e Melyssa ficaram surpresos. A mãe se emocionou e abraçou os filhos com mais força. O pai riu contente e completou um caloroso abraço de família.
— Filhos... — dizia a mãe tentando conter o choro.
— Papai... Mamãe... Muito obrigado! — disse Lukas.
— Sem vocês estaríamos confusos e sem pokémons. — falou Luke — Não importa que pokémons sejam... Sabemos que vocês fizeram a escolha certa...
Walter pegou a Nest Ball e entregou-a para Luke, assim como Melyssa entregou a Dusk Ball para Lukas. Os dois não conseguiam nem parar quietos, era grande a ansiedade para ver os pokémons. Os dois tinham um sorriso que não cabia em seus rostos.
— Cara, eu vou ver meu pokémon primeiro! Pokébola, vai! — disse Luke jogando o pequeno objeto.
De dentro da cápsula surgiu um doce esquilo azul, era a criatura mais fofa que se pode imaginar, tinha bochechas rechonchudas amarelas e uma grande cauda que permanecia empinada.
— Eu o peguei no vale dos moinhos, perto de Floaroma — contou Melyssa — Ele carregava uma fruta em suas mãos e olhava para todos confuso, mas é uma gracinha.
— Olha só, é um Pachirisu! Cara, que maneiro! — disse Luke animado — Ok, chega mais bichinho, a gente vai ser os melhores treinadores do mundo, demorô?
— Pachi...? Pachiiiiii...... — grunhiu o pokémon ao olhar Luke, e assim, começando a chorar.
— A-Ah! O que eu faço?? — perguntava Luke assustado.
— Espere, espere! — disse Lukas indo em direção ao esquilo e pegando-o no colo. — Não tenha medo!
O pokémon parou de chorar na hora, e por um momento ficou fitando Lukas, que sorriu. O esquilo sorriu e abraçou o menino ainda mais.
— Hah, hah! Parece que ele gostou de você, Lukas! Anda logo, quero ver o seu. Aposto que não é melhor que meu Pachirisu! — retrucou Luke.
— Tudo bem. — disse Lukas colocando Pachirisu no sofá — Pokébola vai!
Assim que Lukas jogou a Dusk Ball, por questão de milésimos pareceu que uma enorme escuridão havia tomado a casa. Era um pequeno dragãozinho que parecia mal encarado, estava sempre bravo. Walter disse que o encontrou em uma pequena toca em cavernas escuras, eles costumam fazer tocas em locais quentes, logo sua pele era dura como a de um dragão adulto. Seus olhos brilhavam intensamente e pareciam encarar Lukas com certa desconfiança. Parecia um tubarão martelo em terra firme com grandes dentes prontos para atacarem.
— Nossa! Que pokémon bonitinho! — disse Lukas abraçando o dragão.
— Gibleeee... NHAC!
O pokémou saltou rapidamente na cabeça de Lukas e mordeu-a com força, o menino sacudia o pokémon na tentativa de livrar-se do mesmo.
— AII!!! Tira ele da minha cabeça!! Tira ele! — gritava Lukas com o pokémon preso em sua cabeça.
— Que style manooo! Calma aí cara! — disse Luke tirando o pokémon da cabeça de seu irmão — Heh, heh! Ele é muito forte! — sorriuo garoto com os olhos a cintilar pelo dragãozinho.
Os pais davam risada, parecia que tinham acertado nos pokémons, porém Pachirisu permanecia a chorar quando ficava no colo de Luke, e Gible continuava mordendo a cabeça de Lukas.
— Hum, o Pachirisu realmente gosta do Lukas. Eles formam a dupla perfeita! — disse Melyssa.
— Já o Gible parece não gostar do Lukas, ele parece ter mais respeito por Luke. — continuou Walter.
Os dois irmãos continuavam a tentar dominar os pokémons, mas a tentativa continuava em vão. Gible pulava e devorava qualquer coisa que encontrasse, inclusive as batatas queimadas. Pachirisu chorava de um modo insuportável que parecia perturbar todos da vizinhança menos aos pais.
— Venha aqui Pachiriu, eu cuido de você um pouquinho... — disse Lukas, fazendo o esquilo parar de chorar.
— Gible! Venha aqui, agora! É preciso eu, pra tomar ordens nessa casa?? — ordenou Luke.
Walter observou os dois por um tempo até que teve uma grande idéia.
— E se vocês trocassem de pokémons? — sugeriu.
— É uma boa idéia! Parece que um controla melhor o outro! Acho que erramos desta vez querido. — riu Melyssa.
Luke e Lukas olharam os pokémons que agora estavam se comportando perfeitamente. Parecia que um adquirira mais respeito com outro. E assim, concordaram realizando troca. Deixando o Gible nas mãos de Luke, e Pachirisu sob proteção de Lukas.
— É bom você cuidar bem do Gible! — brincou Lukas.
— Pode deixar! Eu e o Gible vamos ser os melhores! Você que vai ter que tomar conta do Pachirisu! — respondeu Luke.
— Vou sim. Ele vai ser o maior astro dos contests!
Os irmãos já estavam no jardim, com as mochilas nas costas, as bicicletas prontas e os pokémons nas pokébolas. O sol estava a pino, mas a brisa gelada ainda percorria entre os cachecóis de Luke e Lukas. A mãe já enxugava algumas lágrimas, enquanto o pai observava orgulhoso os filhos. Era hora da despedida.
— Vamos sentir saudades papai! — falou Lukas.
— Nós também filho... — riu o pai.
— Se cuidem queridos. — advertiu a mãe — Escovem os dentes, comam na hora certa, não briguem... — Luke e Lukas riam ao ouvir sempre as mesmas coisas vindas de sua mãe — ...Sejam educados com as pessoas e não passem muitos dias com a mesma cueca!
— Mãe! — gritaram os garotos envergonhados. Melyssa e Walter agora riam.
— Sei que serão os melhores! — disse Walter.
— Cuidem de seus pokémon com amor, essa é a chave para o sucesso! — explicou a mãe.
Os garotos então subiram em suas bicicletas, com o intuito de deixar o conforto de casa para trás. A animação era evidente, isso deixou os pais tranqüilos, os pokémons satisfizeram os garotos, mesmo que não de primeiro encontro.
— Quando chegarem em Sandgem deixem um abraço pra Dawn e para o Professor Rowan! — disse Walter.
— Ele lhes dará a pokéagenda, um item fundamental. — completou a mãe.
— Nós sabemos disso mãe... — disse Luke.
— Mantenham contato! — falou a mãe.
— Não se esqueçam de nós! — disse o pai.
Os garotos riram, e começaram a pedalar. Os pais continuavam a acenar, enquanto os filhos desapareciam da vista.
— Até mais! — disseram Luke e Lukas antes de partir.
— Mal chegaram e já foram embora... — disse a mãe voltando a chorar.
— Eles vão voltar... E quando voltarem... Serão os melhores... — concluiu Walter.
A missão agora era chegar em Sandgem. Não demoraria muito, pois eles só tinham que passar pela rota 201. O vento corria passando entre os dentes arregalados num sorriso de euforia. A floresta conífera margeava a estrada. Bidoofs observavam cautelosos enquanto os irmãos passavam.
A aventura se iniciou. Um futuro desconhecido repleto de ação e aventura espera os dois irmãos. Gible e Pachirisu... Pokémons nem tão comuns para iniciantes. Conseguirão eles cumprir seus objetivos e realizar seus sonhos? Dar-se-ão bem com seus treinadores? Se saírão bem em batalhas de GYM e contests? Tudo e muito mais nos próximos capítulos.
JoséFelipeDeOliveira- Poke Regras :
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